O Dízimo no Novo Testamento: Estudo Bíbico e Reflexão sobre a Generosidade Cristã
O dízimo no Novo Testamento é um tema que gera muitos questionamentos e debates entre cristãos. Diferente do Antigo Testamento, onde o dízimo era uma regra explícita e obrigatória para o povo de Israel, o Novo Testamento não apresenta um mandamento direto para a doação de 10% da renda. Em vez disso, a ênfase recai sobre o princípio da generosidade e da contribuição voluntária, um conceito fundamental para a vida cristã.
Portanto, este artigo explora as passagens bíblicas que abordam o assunto, aprofundando a compreensão sobre a prática da contribuição na Nova Aliança. Assim, entendemos que a doação deve vir de um coração grato e alegre, e não de uma imposição legalista.
Qual o propósito do Dízimo?
- Sustento da Obra de Deus: O dízimo e as ofertas financiam as atividades da igreja, como a manutenção do templo, o salário de pastores e missionários, e o trabalho de evangelização.
- Expressão de Gratidão: Contribuir financeiramente é um ato de adoração que demonstra gratidão a Deus por todas as bênçãos e provisões em nossa vida.
- Reconhecimento da Provisão Divina: Ao dar, reconhecemos que Deus é a fonte de tudo o que temos e que somos apenas mordomos de Seus bens.
- Apoio aos Necessitados: No Antigo Testamento, o povo destinava uma parte do dízimo a ajudar os pobres, órfãos e viúvas. A generosidade é um princípio bíblico que continua a guiar o auxílio aos mais vulneráveis.
A Transição do Antigo para o Novo Testamento
Para compreender o papel do dízimo hoje, é crucial analisar como ele funcionava no Antigo Testamento. O dízimo era uma exigência da Lei Mosaica, um sistema detalhado de leis e rituais que Deus deu a Israel.
O dízimo era a décima parte de toda a produção da terra e dos rebanhos, e tinha três propósitos principais: sustentar os levitas e sacerdotes que não tinham herança de terra, manter o templo e ajudar os pobres, órfãos e viúvas. O livro de Malaquias, em particular, repreende o povo por “roubar” a Deus nos dízimos e ofertas novo testamento e ofertas, demonstrando a seriedade dessa prática para a nação de Israel.
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. Malaquias 3:10
Com a vinda de Jesus, o Novo Testamento inaugura uma Nova Aliança. Cristo cumpre o sistema de sacrifícios, festas e leis cerimoniais do Antigo Testamento, tornando-se o sumo sacerdote e o sacrifício perfeito. A Lei não é abolida, mas seu propósito se transforma.
Em vez de uma obediência externa, a ênfase muda para uma transformação interna do coração, movida pelo amor e pela graça de Deus. Consequentemente, a forma de contribuição financeira também muda, passando de uma obrigação legal para um ato de adoração espontâneo.
O que Jesus disse sobre o Dízimo?
Uma das passagens mais citadas sobre o dízimo no novo testamento dizimo se encontra em Mateus 23:23 e Lucas 11:42. Nesses versículos, Jesus critica os mestres da lei e fariseus, dizendo:
“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.” – Mateus 23:23
É importante analisar com atenção as palavras de Jesus. Ele não condena a prática de dizimar em si. Pelo contrário, Ele reconhece a fidelidade dos fariseus em dar o dízimo, mesmo das menores plantas. Entretanto, a crítica de Jesus está no fato de eles negligenciarem os aspectos mais essenciais da Lei, como a justiça e a misericórdia.
O dízimo havia se tornado um ritual vazio, uma forma de demonstrar uma falsa religiosidade, enquanto o coração deles estava distante de Deus. Desse modo, Jesus mostra que o dízimo, quando praticado sem um coração sincero, perde seu valor.
A lição central aqui é que a atitude do coração importa mais do que o ato em si. De fato, a generosidade é mais do que um ato; é uma virtude que reflete o amor a Deus e ao próximo.
O Princípio da Generosidade
Apesar de não haver uma ordem para o dízimo, o Novo Testamento está repleto de orientações sobre a contribuição financeira para a igreja e para os necessitados.
O apóstolo Paulo, em suas cartas, aborda o tema diversas vezes, mas nunca menciona a obrigatoriedade do dízimo. A sua abordagem se concentra no princípio da liberalidade e da doação voluntária, um contraste notável com a lei. Assim, ele escreve em 2 Coríntios 9:7:
“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”
Esta passagem é central para a Reflexão sobre o dízimo no Novo Testamento. Paulo não estabelece um percentual fixo, mas enfatiza que a doação deve ser uma decisão pessoal, tomada no coração, e não uma obrigação. A motivação deve ser a alegria e a gratidão a Deus por tudo o que Ele tem feito.
A doação não é um “pagamento”, mas um ato de adoração e serviço. Aliás, este princípio é reforçado em 1 Coríntios 16:2, onde Paulo instrui os crentes de Corinto a separarem uma quantia “proporcional à sua renda” a cada semana para a coleta. Portanto, a contribuição deve ser regular e proporcional à capacidade financeira de cada um.
O Novo Testamento também mostra a generosidade dos primeiros cristãos. Em Atos 4:32-35, lemos que a comunidade de crentes vendia suas propriedades e bens e repartia o dinheiro com todos, “conforme a necessidade de cada um”. Eles davam muito mais do que 10%, mostrando que a sua generosidade manifestava o seu amor por Deus e uns pelos outros.
Para exemplificar ainda mais, a prática dos dízimos e ofertas no Novo Testamento estava intimamente ligada ao cuidado com os pobres e ao sustento dos apóstolos e missionários, como vemos em Filipenses 4:15-16, onde Paulo agradece à igreja por sua contribuição para o seu ministério.
Dízimo no Novo Testamento: Análise em Hebreus e Coríntios
A passagem mais detalhada sobre o dízimo no Novo Testamento se encontra em Hebreus 7. O autor de Hebreus usa o dízimo de Abraão a Melquisedeque (Gênesis 14) para argumentar sobre a superioridade do sacerdócio de Cristo em relação ao sacerdócio levítico.
Ao dar o dízimo a Melquisedeque, Abraão reconheceu a autoridade de um sacerdote que não pertencia à tribo de Levi. Portanto, o sacerdócio de Melquisedeque, que prefigura o de Cristo, é superior ao da Lei Mosaica. A reflexão sobre o dízimo no Novo Testamento, com foco em Hebreus, não visa instituir uma regra, mas ilustrar a superioridade de Cristo.
Em Coríntios, o apóstolo Paulo discute o sustento dos ministros do evangelho. Em 1 Coríntios 9:14, ele afirma que “aqueles que proclamam o evangelho devem viver do evangelho”. Paulo estabelece o princípio de que aqueles que se dedicam integralmente à obra de Deus têm o direito de serem sustentados pela comunidade.
Embora ele não use a palavra “dízimo”, a ideia de sustento ministerial é clara. A igreja primitiva, por consequência, se dedicou a essa prática, sustentando seus líderes e auxiliando os necessitados.
Abolição do dízimo no novo testamento?
Não há uma passagem na Bíblia que declare explicitamente a abolição do dízimo. Em vez disso, a Nova Aliança, estabelecida por Jesus, transfere o foco de uma obrigação legal para o princípio da generosidade e da contribuição voluntária.
As principais ideias são:
- Transição de Lei para Graça: O Novo Testamento cumpre as leis do Antigo Testamento em Cristo. A ênfase muda da obediência a uma lei externa para uma doação movida pelo amor e pela graça no coração do crente.
- A Abordagem de Jesus: Em Mateus 23:23, Jesus não condena a prática de dizimar, mas sim a hipocrisia de quem a pratica sem justiça e misericórdia.
- O Princípio da Generosidade de Paulo: O apóstolo Paulo orienta a igreja a contribuir de forma voluntária e alegre, sem estabelecer um percentual fixo, como em 2 Coríntios 9:7: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”
Onde fala dos 10% do dízimo no Novo Testamento?
Uma pergunta comum é: quantas vezes aparece a palavra dízimo no Novo Testamento, e onde ela define os 10%? A palavra “dízimo” aparece apenas um punhado de vezes, e as referências, como vimos, não visam estabelecer uma nova lei para a igreja.
A única passagem que menciona o percentual de 10% em um contexto de dízimo é Mateus 23:23, mas como já exploramos, Jesus critica a hipocrisia, não a prática em si.
A ênfase na Nova Aliança está no coração. O dízimo era uma lei do Antigo Testamento, mas a generosidade é um princípio do Reino de Deus. A obrigação de dar 10% do dízimo no Novo Testamento não é encontrada. Contudo, isso não significa que o cristão deva contribuir menos ou deixar de contribuir.
Pelo contrário, a liberdade em Cristo nos dá a oportunidade de dar de maneira ainda mais sacrificial e alegre, sem a pressão de uma regra. A verdadeira questão é: o que a sua generosidade demonstra sobre o seu coração? Você contribui com alegria ou por obrigação?
A Importância da Contribuição para o Reino de Deus
Independentemente da porcentagem, a contribuição financeira é vital para a obra de Deus. Precisamos de recursos para sustentar missionários, pastores e líderes, para manter os locais de culto, para evangelizar e para auxiliar os necessitados. A contribuição da igreja permite que a Palavra de Deus seja pregada e que o Reino cresça.
A questão de é obrigatório dar o dízimo no Novo Testamento é respondida com o entendimento de que a contribuição é uma expressão de adoração, não uma obrigação legal. Quando doamos, demonstramos que Deus é o Senhor de nossas vidas e que o nosso dinheiro não nos domina.
FAQ: Respondendo às Perguntas Mais Comuns
O que diz a Bíblia sobre o dízimo no Novo Testamento?
A Bíblia no Novo Testamento não estabelece uma regra fixa de dízimo de 10%, mas enfatiza o princípio da generosidade, da contribuição voluntária e da alegria em dar. A motivação para a doação deve ser a gratidão a Deus e o desejo de apoiar a obra do evangelho.
Onde está escrito que Jesus aboliu o dízimo?
Não há uma passagem na Bíblia onde Jesus abole o dízimo diretamente. Em Mateus 23:23, Jesus reconhece a prática do dízimo, mas critica a hipocrisia dos fariseus que o praticavam sem justiça e misericórdia. O dízimo, como parte da Lei Mosaica, foi cumprido em Cristo, mas a liberalidade de dar é um princípio que o Novo Testamento reforça.
Onde está escrito na Bíblia que tem que dar 10% do dízimo?
O Antigo Testamento menciona a porcentagem de 10% do dízimo (Malaquias 3:10; Levítico 27:30). No Novo Testamento, essa porcentagem não é um mandamento. Paulo incentiva a contribuição voluntária e proporcional, sem determinar um valor fixo. A quantia é uma decisão pessoal, feita com alegria e generosidade.
O que Paulo fala sobre o dízimo?
Paulo não usa a palavra “dízimo” para instruir a igreja a dar. Em 2 Coríntios 9:7, ele diz: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” Ele também orienta sobre a necessidade de sustentar os ministros do evangelho e de contribuir regularmente para ajudar os pobres.
O dízimo foi abolido pela Nova Aliança?
O dízimo, como uma lei da antiga aliança, não é mais uma exigência para os cristãos. A Nova Aliança, estabelecida por Jesus, foca na transformação do coração e na contribuição voluntária. Isso não significa que a contribuição tenha sido abolida, mas que sua natureza mudou de uma obrigação legal para um ato de adoração espontânea, movido pela graça.
O que diz em Provérbios 11:24?
Provérbios 11:24 diz: “Um dá com generosidade, e obtém mais; outro retém o que é justo, e acaba na pobreza.” Este versículo, embora não se refira diretamente ao dízimo, ensina um princípio de generosidade e liberalidade. Ele mostra que a generosidade traz recompensas de Deus, enquanto a avareza leva à pobreza espiritual e material.
É pecado não dar dízimo?
Não dar o dízimo não é considerado pecado no Novo Testamento, pois não é uma lei obrigatória para a igreja. O pecado estaria em reter o coração, em ser avarento e em não confiar em Deus para a provisão. A questão é a motivação do coração, não o ato em si. A ausência de contribuição pode indicar um coração que não confia plenamente em Deus.
É obrigatório pagar 10% do dízimo?
A Bíblia no Novo Testamento não exige que os cristãos paguem 10% do dízimo. A contribuição é voluntária e baseada na generosidade do coração. O valor deve ser uma decisão pessoal de cada crente, em oração e de acordo com a sua capacidade financeira.
O que diz Mateus 23:23?
Mateus 23:23 diz: “Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.” Jesus criticou a hipocrisia dos líderes religiosos, que praticavam o dízimo formalmente, mas ignoravam o espírito da Lei.
Jesus pagou o dízimo?
Como judeu praticante sob a Lei Mosaica, é muito provável que Jesus tenha pago o dízimo. Ele nunca condenou a prática, mas a motivou com a justiça e a misericórdia. O exemplo de Jesus é de fidelidade e de um coração que se entrega por completo a Deus.
O que está escrito em Mateus 19:14?
Mateus 19:14 diz: “Mas Jesus disse: ‘Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam, pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas.'” Este versículo não se refere ao dízimo. Ele é parte da seção onde Jesus abençoa as crianças e ensina sobre a humildade necessária para entrar no Reino de Deus. A pureza de um coração infantil é comparada à fé que agrada a Deus.
O que está escrito em Deuteronômio 14:22?
Deuteronômio 14:22 diz: “Dizime fielmente a décima parte de tudo o que a sua terra produz anualmente.” Este versículo, como parte da Lei Mosaica, estabelece a obrigação do dízimo para o povo de Israel. Ele mostra a importância de reconhecer que Deus é o provedor de todas as coisas.
