Esboço de Pregação: Orar, Contribuir e Ir: As Três Vias Indispensáveis da Participação Missionária
“Suplicando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo… E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho… nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.” (Colossenses 4:3; Filipenses 4:15)
Introdução
Quando o tema de missões é levantado, muitas pessoas imediatamente se dividem em duas categorias: os que “vão” (missionários) e os que “ficam”. Essa divisão, contudo, é perigosamente simplista e antibíblica. De fato, a Grande Comissão não foi dada a um grupo de elite, mas a toda a Igreja.
Consequentemente, a pergunta relevante para cada crente não é “se” você tem um papel em missões, mas “qual” é o seu papel. A Bíblia nos mostra que a participação na obra missionária é multifacetada e indispensável para todos.
Portanto, nesta mensagem, exploraremos as três vias bíblicas fundamentais de engajamento: a via da oração, a via da contribuição e a via da ida. Assim, veremos que todos, sem exceção, são chamados a participar ativamente da expansão do Reino de Deus.
Desenvolvimento
1. O Fundamento da Oração: A Batalha Espiritual por Missões
Primeiramente, antes de qualquer ação ou doação, a participação missionária começa de joelhos. O apóstolo Paulo, o maior missionário da história, pedia constantemente as orações das igrejas. Em Colossenses, ele pede que orem por “portas abertas” e “clareza” na proclamação.
Em outras palavras, ele sabia que o avanço do evangelho não era primariamente uma questão de estratégia humana, mas de guerra espiritual. A oração é o trabalho que move a mão de Deus. Consequentemente, quando oramos por missionários, estamos lutando com eles e por eles. Oramos por proteção, por ousadia, por saúde e, acima de tudo, para que o coração das pessoas seja preparado pelo Espírito Santo.
Assim sendo, a intercessão missionária não é uma atividade secundária para quem “não pode fazer mais nada”; pelo contrário, é a obra mais vital e poderosa que sustenta toda a linha de frente. Portanto, ser um guerreiro de oração é um chamado missionário de altíssimo valor.
2. O Combustível da Contribuição: A Parceria Prática em Missões
Em segundo lugar, a missão exige recursos. A Bíblia é clara ao mostrar que o sustento daqueles que pregam o evangelho é uma responsabilidade da comunidade da fé. Paulo elogia a igreja de Filipos como um exemplo singular de parceria.
Eles “comunicaram” com ele “com respeito a dar e a receber”. De fato, a contribuição financeira não é meramente “ajudar” um missionário; é formar uma “parceria” (*koinonia*) estratégica com ele no avanço do evangelho. O seu recurso se torna o pé dele em solo estrangeiro. A sua generosidade se torna a Bíblia que ele distribui, o alimento que ele come, o local que ele aluga para pregar.
Além disso, essa parceria é de mão dupla: os doadores participam dos frutos espirituais do ministério que apoiam. Portanto, contribuir para missões não é simplesmente pagar uma conta; é investir diretamente na colheita de almas para a eternidade, tornando-se coparticipante da obra.
3. A Ação da Ida: A Disposição Pessoal para a Missão
Finalmente, há o chamado para ir. Embora nem todos sejam chamados para cruzar oceanos, todo crente é chamado para ser um “enviado” em algum contexto. Para alguns, “ir” significará, de fato, deixar sua pátria e cultura para servir em um campo missionário transcultural. Esta é uma vocação específica e nobre que a igreja deve celebrar e apoiar. Contudo, para outros, “ir” pode significar atravessar a rua para evangelizar um vizinho.
Pode significar ir a um bairro diferente da sua cidade para iniciar um estudo bíblico. Pode significar ir para um novo grupo de amizades com a intenção de ser sal e luz. Em resumo, a “ida” é a disposição de sair da nossa zona de conforto, seja ela geográfica ou social, para levar a mensagem de Cristo àqueles que não a conhecem. Assim, a pergunta que todos devemos fazer não é apenas “Senhor, para onde queres que eu envie meu dinheiro?”, mas também “Senhor, para onde queres que eu vá?”.
Conclusão
Em conclusão, a obra missionária não é um programa para especialistas, mas uma responsabilidade de toda a família de Deus. Não existem crentes “missionários” e “não missionários”. Todos estamos no mesmo time, com diferentes funções. Portanto, que ninguém se sinta isento. Se você pode orar, você é chamado para a batalha. Se você pode contribuir, você é chamado para a parceria.
E se Deus o chama para ir, você é chamado para a linha de frente. Que possamos, como igreja, nos engajar de todo o coração nessas três vias indispensáveis, para a glória de Deus e a salvação dos perdidos.