Esboço de Pregação: Missões e o Sofrimento: A Realidade do Campo
“Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele.” – Filipenses 1:29
Introdução
Irmãos, existe uma teologia popular que vende um evangelho sem dor. Contudo, essa não é a imagem que a Bíblia pinta. O apóstolo Paulo nos diz que nos foi “concedido” — dado como um presente — não apenas crer, mas também padecer por Cristo. Hoje, precisamos falar abertamente sobre a realidade do sofrimento em missões, não para desanimar, mas para fortalecer nossa fé e nos ancorar na verdadeira esperança do Evangelho.
Desenvolvimento
1. O Sofrimento como Parte do Chamado Apostólico
A vida dos primeiros missionários foi marcada pelo sofrimento. Jesus advertiu seus discípulos: “Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós” (João 15:20). Primeiramente, devemos entender que o sofrimento não era uma anomalia na vida deles; era a norma. Eles viam o padecimento por Cristo não como uma maldição, mas como uma forma de se identificar mais profundamente com o seu Salvador.
2. As Múltiplas Faces do Sofrimento no Campo
O sofrimento missionário vai muito além da perseguição física. Consequentemente, ele se manifesta de várias formas:
- Sofrimento Emocional: A profunda solidão, o estresse da adaptação, a depressão e o esgotamento (burnout).
- Sofrimento Espiritual: A luta contra as forças das trevas e a sensação de aridez espiritual.
- Sofrimento Físico: Doenças, falta de acesso a cuidados médicos adequados e a ameaça real de violência.
- Sofrimento Relacional: Conflitos com a equipe missionária ou a dor de ver novos convertidos se afastarem da fé.
3. O Propósito Redentor do Sofrimento
Se o sofrimento é inevitável, qual o seu propósito? De fato, a Bíblia nos mostra que Deus usa o sofrimento para fins poderosos.
- Para Produzir Dependência: O sofrimento nos esvazia de nossa autossuficiência e nos força a depender completamente de Deus.
- Para o Avanço do Evangelho: Frequentemente, é através do sofrimento que o Evangelho avança de maneiras inesperadas. A prisão de Paulo, por exemplo, resultou no testemunho a toda a guarda pretoriana (Filipenses 1:12-13).
- Para a Glória de Deus: O sofrimento de um crente, suportado com fé, é um dos mais poderosos testemunhos sobre o valor de Cristo.
Conclusão
Em resumo, a obra missionária é uma jornada de glória, mas o caminho para essa glória passa inevitavelmente pela cruz. O sofrimento é real. A dor é real. Contudo, a presença de Cristo é mais real ainda. A força do Espírito Santo é mais real. E a esperança da glória eterna é a realidade final que sustenta cada missionário.
Apelo
Aos que sentem o chamado para o campo: não temam o sofrimento. Abracem o privilégio de padecer por Aquele que padeceu por vocês. E a toda a igreja: nosso dever é sustentar nossos missionários em oração, compreendendo as batalhas que enfrentam. Vamos nos comprometer a ser uma retaguarda que chora com os que choram e que os fortalece na certeza da glória futura.