Esboço de Pregação: Para a Glória de Deus Entre Todas as Nações
“Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas.” – Salmo 96:3
Introdução
Irmãos e irmãs, se eu perguntasse hoje: “Por que fazemos missões?”, muitas respostas maravilhosas e corretas viriam à mente. Diríamos: “Para salvar os perdidos”, “Porque amamos as pessoas”, “Para obedecer à Grande Comissão”. Todas essas são verdades bíblicas e motivações nobres. Contudo, elas não são a motivação primária e final. Elas são os belos rios que fluem de uma fonte ainda maior e mais gloriosa.
A razão última pela qual cruzamos oceanos, aprendemos línguas, enfrentamos perigos e investimos recursos não se encontra no homem, mas em Deus. Fazemos missões porque Deus é glorioso e Ele merece ser conhecido, amado e adorado por todas as pessoas que Ele mesmo criou.
A obra missionária não começa com a necessidade do homem, mas com a glória de Deus. Hoje, vamos mergulhar nesta verdade fundamental: missões existem porque a adoração a Deus ainda não existe em todos os lugares.
Desenvolvimento
1. A Glória de Deus: O Ponto de Partida de Toda a História
Desde o primeiro verso da Bíblia, a intenção de Deus é clara. Os céus declaram a Sua glória (Salmo 19:1). Ele criou a humanidade à Sua imagem e semelhança, com o propósito explícito de O glorificar (Isaías 43:7). O pecado, em sua essência, foi a troca da glória do Deus imortal por imagens e pela exaltação do “eu”. A queda não foi apenas uma tragédia humana; foi um ataque cósmico à honra do Criador.
Portanto, todo o plano da redenção, desde a chamada de Abraão até a cruz de Cristo, é a história de Deus agindo para resgatar a Sua própria glória no mundo. Ele prometeu a Abraão que, através dele, todas as famílias da Terra seriam abençoadas, para que o nome de Deus fosse conhecido.
Ele libertou Israel do Egito “pelo amor do seu nome”, para que Seu poder fosse proclamado. A missão não é uma invenção da igreja; é a “Missio Dei”, a Missão do próprio Deus de encher a Terra com o conhecimento da Sua glória, como as águas cobrem o mar (Habacuque 2:14).
2. A Cruz de Cristo: A Suprema Demonstração da Glória de Deus
Onde a glória de Deus brilha com mais intensidade? Na face de Jesus Cristo, especialmente em Sua obra na cruz. Na cruz, atributos de Deus que pareciam contraditórios se encontram em perfeita harmonia. A justiça de Deus é satisfeita, pois o pecado é punido.
O amor de Deus é revelado, pois Ele entrega Seu Filho por nós. A sabedoria de Deus é exibida, num plano que nenhuma mente humana poderia conceber. A ira e a misericórdia se beijam. É por isso que o Evangelho é central para a missão de glorificar a Deus.
Anunciar a mensagem da cruz é proclamar quem Deus é. É contar às nações sobre Sua santidade, que não pode tolerar o pecado, e sobre Sua graça, que provê o perdão. Levar o Evangelho a um povo que nunca o ouviu é, essencialmente, apresentar-lhes o verdadeiro caráter de Deus, para que possam, pela primeira vez, dar-Lhe a glória devida.
3. A Missão da Igreja: Um Convite para a Adoração Global
O nosso texto base, Salmo 96:3, é um mandamento: “Anunciai…”. Nossa tarefa é sermos arautos, porta-vozes da glória de um Rei. Não estamos vendendo um produto ou defendendo uma filosofia; estamos declarando as maravilhas de Deus. E qual é o objetivo dessa declaração? Os versos seguintes do Salmo respondem: “Tributai ao SENHOR, ó famílias dos povos, tributai ao SENHOR glória e força. Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome…” (Salmo 96:7-8).
A pregação missionária é um chamado global à adoração. É por isso que a tradução da Bíblia é tão crucial: para que os povos possam ler e cantar as maravilhas de Deus em sua própria língua. É por isso que plantamos igrejas: para que se tornem embaixadas do Reino, comunidades que vivem para a glória de Deus em meio a culturas que adoram outros deuses.
Quando um missionário ensina, quando um médico cristão cura, quando um projeto de desenvolvimento limpa um poço, tudo deve ser feito para que as pessoas vejam as boas obras e glorifiquem ao Pai que está nos céus (Mateus 5:16).
Conclusão
A Grande Comissão não termina quando alguém faz a oração do pecador. Ela visa a formação de discípulos que adorem a Deus em espírito e em verdade. O fim da história, como vemos em Apocalipse, é uma multidão incontável, de todas as nações, tribos, povos e línguas, de pé diante do Cordeiro, clamando em alta voz: “A salvação pertence ao nosso Deus… e ao Cordeiro… Amém.
Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém” (Apocalipse 7:10-12). Esta é a visão que deve queimar em nossos corações. O combustível da missão não é a culpa, mas a paixão pela glória de Deus. Não vamos porque os perdidos precisam de nós; vamos porque Deus merece a adoração deles.
Apelo
Nesta noite, convido você a examinar seu coração. A sua paixão por missões está centrada no homem ou em Deus? Você anseia ver o nome de Jesus Cristo exaltado em Katmandu, em Riad, em Tóquio e nos rincões da Amazônia? Que Deus nos dê um zelo santo por Sua honra, uma paixão que nos constranja a declarar Sua glória até os confins da Terra, para que Ele receba a adoração que somente Ele é digno de ter.