Estela de Mesha

Estela de Mesha

Estela de Mesha: Um Testemunho de Pedra da História Bíblica

A Estela de Mesha, frequentemente chamada de Pedra Moabita, representa um dos artefatos arqueológicos mais significativos já descobertos no Levante.

De fato, ela serve como uma ponte tangível entre a história antiga e as narrativas bíblicas.

Descoberta em 1868 nas ruínas de Dhiban, na atual Jordânia, esta laje de basalto negro, datada de aproximadamente 840 a.C., oferece uma perspectiva única e contemporânea aos eventos descritos no Antigo Testamento.

Consequentemente, sua inscrição não apenas corrobora a existência de reis e nações mencionados na Bíblia, mas também fornece um contraponto crucial.

Em outras palavras, ela apresenta a história do ponto de vista do Reino de Moabe. Este monumento, que o próprio rei Mesha de Moabe ergueu, celebra sua rebelião vitoriosa contra o Reino de Israel.

Este evento, aliás, ecoa nos relatos do Livro de Reis, ainda que com uma interpretação diferente. Portanto, a análise detalhada desta estela é fundamental para qualquer estudo aprofundado da história do antigo Israel e de seus vizinhos.

A Dramática Descoberta da Pedra Moabita

A história da descoberta da Estela de Mesha é quase tão dramática quanto o seu conteúdo. Em primeiro lugar, o missionário alsaciano Frederick Augustus Klein encontrou o monumento em agosto de 1868.

Ele visitava Dhiban, a antiga Dibom, capital de Moabe, quando beduínos locais o levaram para ver uma grande pedra preta com uma inscrição. Klein percebeu imediatamente sua importância. Por isso, ele tentou negociar a compra da estela para o museu de Berlim.

Missionário alsaciano Frederick Augustus Klein
Missionário Frederick Augustus Klein

No entanto, o interesse de potências estrangeiras, como França e Alemanha, e disputas com o governo otomano local, levaram a uma tragédia arqueológica. Antes que pudessem comprar e transportar a estela com segurança, a crescente pressão gerou um resultado desastroso.

Em meio à disputa, os beduínos aqueceram a pedra em uma fogueira e, em seguida, encharcaram-na com água fria, quebrando-a em dezenas de pedaços. Um ato de destruição que quase nos privou deste tesouro.

Felizmente, antes da sua destruição, um estudioso francês chamado Charles Simon Clermont-Ganneau já havia conseguido fazer uma “espremedura”. Basicamente, ele criou uma impressão em papel úmido de toda a inscrição.

Charles Simon Clermont-Ganneau
Estudioso Francês

A importância da descoberta foi tal que o célebre académico francês Ernest Renan a descreveu como “a descoberta mais importante feita na área da epigrafia Oriental”.

Subsequentemente, através de um esforço meticuloso, muitos dos fragmentos foram recuperados. Com a ajuda da espremedura, os especialistas reconstruíram parcialmente a estela.

Hoje, este tesouro histórico, conhecido como a Estela de Mesa Louvre (inventário AO 5066), está em exibição proeminente no Museu do Louvre, em Paris. Lá, ele continua a fascinar historiadores, arqueólogos e teólogos.

Estela de Mesha em exposição no Museu do Louvre.
Estela de Mesha em exposição no Museu do Louvre

O que de Fato foi Encontrado na Pedra Moabita?

Na Pedra Moabita, os arqueólogos encontraram, acima de tudo, um texto monumental de propaganda real. Trata-se de uma proclamação de vitória do rei Mesha. O artefato em si é uma estela de basalto negro, medindo cerca de um metro de altura.

O artesão poliu a superfície da pedra e, depois, gravou meticulosamente 34 linhas de texto. O texto utiliza a escrita paleo-hebraica e a língua moabita, um dialeto cananeu muito próximo do hebraico bíblico.

Essa semelhança é explicada pela origem comum dos povos, já que, segundo a narrativa bíblica, os moabitas descendiam de Ló, sobrinho de Abraão, o que os tornava “parentes” distantes dos israelitas. De fato, a similaridade linguística é tão grande que estudiosos conseguem ler o texto com relativa facilidade.

O conteúdo é uma autobiografia triunfante, narrada na primeira pessoa por Mesha. Ele detalha suas realizações, tanto militares quanto civis.

A inscrição oferece um vislumbre extraordinário da teologia moabita, da sua organização militar e da geografia da região a leste do Rio Jordão no século IX a.C.

Em outras palavras, o que se encontrou foi um documento de estado. Uma crônica real que celebra a libertação nacional de Moabe do domínio israelita. É, portanto, uma fonte primária de valor inestimável e um dos mais longos textos monumentais semíticos ocidentais já descobertos.

O que diz a Pedra Moabita? Uma Análise da Inscrição

A pergunta “Pedra moabita o que esta escrito?” revela o cerne do interesse neste artefato. A inscrição começa com Mesha se apresentando: “Eu sou Mesha, filho de Kemosh-yat, rei de Moabe, o dibonita”.

Em seguida, ele imediatamente atribui suas vitórias e a prosperidade de sua nação ao seu deus. A narrativa descreve um período de opressão sob o domínio do Reino de Israel. Especificamente, Mesha afirma que “Onri, rei de Israel, humilhou Moabe por muitos dias, pois Quemós estava irado com sua terra”.

Esta é uma confirmação extra-bíblica direta da existência e do poder da Dinastia de Onri de Israel, mencionada extensivamente na Bíblia.

Subsequentemente, o texto detalha a rebelião de Mesha. Ele narra, com detalhes vívidos, a reconquista de várias cidades que estavam sob controle israelita, como Atarote, Nebo e Jaza, além de outros locais como Díbon e Bete-Diblataim, todos mencionados em passagens bíblicas (e.g., Números 32, Jeremias 48). Mesha se gaba de ter matado toda a população de Atarote “para a satisfação de Quemós e de Moabe”.

Ele também afirma ter capturado os “vasos de YHWH” de Nebo, levando-os perante seu deus. Além das conquistas militares, a estela também descreve os extensos projetos de construção de Mesha. Ele fortificou cidades, construiu palácios, cavou cisternas e construiu estradas.

Por conseguinte, o texto não é apenas um relato de guerra. É também um testamento do legado de Mesha como um construtor de nações, tudo sob a bênção de sua divindade nacional.

Eu sou Mesha, filho de Kemosh[yat], rei de Moabe, o dibonita.

Meu pai reinou sobre Moabe por trinta anos, e eu reinei depois de meu pai. E eu fiz este lugar alto para Kemosh em Qarhoh, um lugar alto de salvação, pois ele me salvou de todos os reis e me fez triunfar sobre todos os meus inimigos. Onri, rei de Israel, oprimiu Moabe por muitos dias, pois Kemosh estava irado com sua terra. E seu filho o sucedeu, e ele também disse: “Oprimirei Moabe”.

Nos meus dias ele falou, mas eu triunfei sobre ele e sua casa, e Israel pereceu para sempre. Onri tinha tomado posse da terra de Medeba e habitou nela durante seus dias e metade dos dias de seu filho, quarenta anos. Porém, nos meus dias, Kemosh habitou nela. E eu edifiquei Baal-Meom e fiz o reservatório ali, e eu edifiquei Quiriataim. E os homens de Gade viveram na terra de Atarote desde a antiguidade, e o rei de Israel construiu para si Atarote. E eu lutei contra a cidade e a tomei, e matei todo o povo da cidade, como um sacrifício para Kemosh e para Moabe.

E de lá eu trouxe de volta o altar-lareira de [Daudoh] e o arrastei diante de Kemosh em Queriote; e assentei ali os homens de Sarom e os homens de Maharite. E Kemosh me disse: “Vai, toma Nebo de Israel!” E eu fui de noite e lutei contra ela desde o romper do dia até o meio-dia, e eu a tomei e matei a todos: sete mil homens, meninos, mulheres, [meninas] e servas, pois eu a devotei à destruição para Ashtar-Kemosh. E de lá tomei os vasos de YHWH (Javé), e os arrastei diante de Kemosh. E o rei de Israel tinha construído Jaaz, e habitou nela enquanto lutava contra mim; mas Kemosh o expulsou de diante de mim.

E eu tomei de Moabe duzentos homens, todas as suas divisões, e os conduzi contra Jaaz e a tomei para anexá-la a Dibom. Eu construí Qarhoh: a muralha dos bosques e a muralha da cidadela; eu construí seus portões, e construí suas torres. E eu construí o palácio do rei, e fiz as paredes de contenção para o reservatório de água dentro da cidade. E não havia cisterna dentro da cidade, em Qarhoh, e eu disse a todo o povo: “Façam para vós, cada homem, uma cisterna em sua casa.” E eu escavei o fosso para Qarhoh por meio dos prisioneiros de Israel. Eu construí Aroer e fiz a estrada no Arnom.

Eu construí Bete-Bamote, pois estava destruída. Eu construí Bezer, pois estava em ruínas, [com] cinquenta homens de Dibom, pois todo Dibom era leal. E eu reinei cem nas cidades que acrescentei à terra. E eu construí Medeba e Bete-Diblataim e Bete-Baal-Meom, e levei para lá os rebanhos da terra. E quanto a Horonaim, nela habitavam. E Kemosh me disse: “Desce, luta contra Horonaim.” E eu desci e Kemosh a restaurou nos meus dias.

Quemós: O Deus Nacional de Moabe

O nome do deus principal na Pedra Moabita é Quemós (Chemosh). A inscrição deixa inequivocamente claro que Quemós era a divindade nacional de Moabe e o patrono divino do rei Mesha. De fato, o nome “Quemós” aparece cerca de doze vezes ao longo do texto.

De acordo com Mesha, todas as suas ações, tanto as derrotas quanto as vitórias, estavam diretamente ligadas à vontade de Quemós. Por exemplo, a opressão israelita ocorreu porque “Quemós estava irado com sua terra”. Da mesma forma, a vitória e a libertação foram possíveis porque “Quemós o expulsou [o rei de Israel] diante de mim”.

Quemós
Quemós O Deus Nacional de Moabe

Essa visão teológica, onde um deus nacional controla o destino de seu povo, é muito semelhante à relação entre Jeová e Israel descrita no Antigo Testamento. Mesha age como o agente terreno de Quemós, cumprindo sua vontade divina.

Ele constrói um “lugar alto” para Quemós em celebração às suas vitórias e dedica a ele os despojos de guerra. Portanto, a Pedra moabita nome de deus é, primariamente, uma referência a Quemós. Na perspectiva moabita, ele era o verdadeiro arquiteto da libertação e grandeza de Moabe.

O Significado da Pedra Moabita em Relação a Jeová

A Estela de Mesha (ou Pedra Moabita) possui um significado profundo para o estudo histórico de Jeová (YHWH), o Deus de Israel. Sua principal importância reside no fato de que a inscrição contém uma das mais antigas referências extra-bíblicas confirmadas ao nome de Deus.

Na linha 18 da estela, o rei Mesha se gaba de sua conquista sobre a cidade de Nebo, afirmando: “E eu tomei de lá os vasos de YHWH e os arrastei perante Quemós”.

Por que esta menção é tão valiosa?

Este breve registro histórico é extremamente valioso por diversos motivos:

  • Confirmação Histórica: Ele confirma que, no século IX a.C., YHWH era de fato o Deus adorado no Reino do Norte de Israel.
  • Práticas de Adoração: Mostra que a adoração a YHWH incluía objetos rituais específicos (“vasos”), que eram considerados sagrados.
  • Símbolo de Poder: A captura desses objetos era vista como um grande troféu de guerra, simbolizando a subjugação não apenas do povo inimigo, mas também de seu deus.
O Significado da Pedra Moabita em Relação a Jeová
O Significado da Pedra Moabita em Relação a Jeová

Divindades Mencionadas na Estela

Divindade Escrita Original (Paleo-Hebraico) Transliteração Contexto e Significado
Quemós 𐤊𐤌𐤔 (Kmš) Kemosh / Chemosh O deus nacional de Moabe, a quem Mesha atribui todas as suas vitórias e a quem a estela é dedicada.
Jeová 𐤉𐤄𐤅𐤄 (YHWH) Yahweh / Jeová O Deus de Israel. A estela menciona a captura de “vasos de YHWH” como despojo de guerra, sendo esta uma das mais antigas menções extrabíblicas ao Tetragrama.

Conclusão: Uma Guerra Entre Deuses

A menção de YHWH em um contexto de conflito demonstra que as guerras antigas eram vistas não apenas como batalhas entre nações, mas também como confrontos diretos entre seus deuses.

Na perspectiva de Mesha, a vitória de Moabe era, simultaneamente, a vitória de seu deus Quemós sobre YHWH. Assim, a Pedra Moabita não apenas confirma a historicidade do culto a YHWH, mas também o contextualiza dentro da paisagem religiosa politeísta do antigo Levante, onde deuses nacionais competiam por poder através das proezas militares de seus povos.

Conexões com a Bíblia: Perspectivas em Conflito

A ligação mais direta da Estela de Mesha com a Bíblia está no Terceiro Capítulo do Segundo Livro de Reis. Este capítulo narra a mesma rebelião moabita, mas sob a perspectiva israelita. Segundo a Bíblia, após a morte de Acabe (filho de Onri), o rei Mesha de Moabe se rebelou.

Ele era um criador de ovelhas e pagava um pesado tributo a Israel. Em resposta, Jeorão, rei de Israel, alia-se a Josafá, rei de Judá, para reprimir a revolta. O relato bíblico descreve uma campanha israelita bem-sucedida que devasta Moabe. A campanha encurrala Mesha em sua fortaleza.

Contudo, em um ato desesperado, Mesha sacrifica seu filho mais velho sobre os muros da cidade. Segundo o texto, este ato trouxe “grande ira sobre Israel”, forçando a retirada da coalizão. As duas narrativas, a da estela e a da Bíblia, claramente descrevem o mesmo evento histórico.

Ambas falam sobre a revolta de Mesha. Previsivelmente, porém, elas divergem em seus resultados e interpretações. Enquanto Mesha clama vitória total e libertação, a Bíblia descreve uma campanha punitiva israelita que terminou em uma retirada ambígua.

Ambas as fontes, no entanto, concordam sobre o pano de fundo: Moabe era vassalo de Israel sob a dinastia de Onri e Mesha liderou a rebelião. Este é um ponto fundamental da arqueologia bíblica.

O Debate Arqueológico sobre a “Casa de Davi”

Adicionalmente, um dos debates mais intensos em torno da estela envolve a linha 31. A pedra está danificada nesta seção. No entanto, o renomado epigrafista francês André Lemaire, em 1994, propôs que os fragmentos de letras remanescentes deveriam ser lidos como “Casa de Davi” (BT DWD).

Se esta leitura estiver correta, a Estela de Mesha seria o mais antigo artefato a mencionar a dinastia davídica de Judá. Isso teria implicações monumentais, fornecendo forte evidência para a historicidade do Rei Davi como fundador de uma dinastia real.

Esta interpretação ganhou força quando os arqueólogos identificaram inequivocamente uma inscrição semelhante na Estela de Tel Dã, descoberta em 1993. A Estela de Tel Dã, escrita por um rei arameu também do século IX a.C., celebra suas vitórias sobre Israel.

Ela menciona explicitamente ter matado um rei da “Casa de Davi”. Juntas, essas estelas fornecem um poderoso argumento arqueológico para a existência da dinastia de Davi, desafiando as visões de alguns estudiosos minimalistas.

No Brasil, o arqueólogo Rodrigo Silva frequentemente aborda este tema. Em suas análises, como ele explica em vídeo que será incorporado a este artigo, ele destaca como a Estela de Mesha, em conjunto com a Estela de Tel Dã, constitui uma prova externa e hostil à Bíblia.

Ou seja, são inimigos de Israel confirmando a existência da linhagem de Davi. Consequentemente, para muitos pesquisadores como ele, a Estela de Mesha permanece no centro de discussões vitais sobre a interface entre arqueologia e texto bíblico, fortalecendo a veracidade histórica das narrativas.

Contexto Arqueológico e a Importância Comparativa

Para apreciar plenamente a importância da Pedra Moabita, é útil compará-la com outros achados. A já mencionada Estela de Tel Dã é um paralelo crucial. Ambas são estelas de vitória do século IX a.C. que nomeiam reis e reinos israelitas a partir da perspectiva de um inimigo.

Ambas fornecem testemunhos contemporâneos e extra-bíblicos que validam o quadro histórico geral apresentado nos Livros de Reis. Outro artefato fundamental para a contextualização é a Estela de Merneptá.

Estela de Merneptá
Estela de Merneptá

Datada de cerca de 1208 a.C., esta estela egípcia é muito mais antiga. Ela contém a primeira menção extra-bíblica conhecida do nome “Israel”. O faraó Merneptá se gaba de suas conquistas em Canaã, afirmando que “Israel está devastado, sua semente não existe mais”.

Embora a declaração seja uma hipérbole de propaganda real, ela estabelece a presença de um grupo chamado Israel em Canaã no final da Idade do Bronze, muito antes do período dos reis.

Portanto, enquanto a Estela de Merneptá confirma a existência de Israel como um povo em Canaã, a Estela de Mesha e a Estela de Tel Dã confirmam sua existência posterior como reinos estabelecidos e poderosos.

Em conjunto, esses documentos de pedra formam pilares da arqueologia bíblica. Eles oferecem vislumbres autênticos do mundo que produziu a Bíblia.

A Pedra moabita Louvre, portanto, não é um objeto isolado, mas uma peça central em um quebra-cabeça arqueológico que continua a ser montado. Estudos arqueológicos, como as escavações em Dhiban, continuam a iluminar o contexto histórico da inscrição, revelando uma cultura material que corresponde à nação descrita por Mesha.

Conclusão: A Voz de Pedra de Moabe

Em conclusão, a Estela de Mesha é muito mais do que uma simples pedra antiga. Ela é um documento histórico de primeira ordem, uma janela para a política, a guerra e a religião do antigo Levante. De forma crucial, ela nos permite ouvir a voz de um rei moabita.

Ele oferece sua própria versão da história, uma versão que dialoga diretamente com o texto bíblico. A estela confirma a existência de Onri, rei de Israel, a subjugação de Moabe, a existência de um culto a YHWH no reino do norte, e muito possivelmente a dinastia de Davi em Judá.

Por outro lado, a estela nos desafia a ler a Bíblia com maior nuance. Devemos reconhecê-la como um dos lados de uma história complexa e muitas vezes contestada.

A saga de sua descoberta, destruição e reconstrução espelha a própria fragilidade e preciosidade do registro histórico. Guardada hoje no Museu do Louvre, a Estela de Mesa Louvre continua a ser um testemunho eloquente.

Ela prova que as narrativas do passado, embora às vezes enterradas e esquecidas, podem ressurgir para falar com poder surpreendente ao presente.

O que podemos aprender da vida do rei Saul?

O que podemos aprender da vida do rei Saul?