Palavra de oferta sobre a multiplicação dos pães

O Milagre Começa na Entrega: A Lógica da Multiplicação

Primeiramente, é fundamental transportarmos nossa imaginação para aquele final de tarde na Galileia. O cenário era, ao mesmo tempo, majestoso e desesperador. Uma multidão colossal, composta por cerca de cinco mil homens — e se contarmos as mulheres e crianças, provavelmente passava de quinze mil pessoas — seguia Jesus, faminta não apenas de pão, mas de esperança. Nesse contexto, o sol estava se pondo, o lugar era deserto e os recursos humanos eram absolutamente inexistentes.

“O pouco na nossa mão é apenas uma semente; o pouco na mão de Deus é uma colheita.”

De fato, os discípulos, agindo como qualquer um de nós agiria, fizeram o cálculo rápido e racional. Filipe, por exemplo, olhou para a economia da situação e disse que nem duzentos denários (o salário de quase um ano de trabalho) seriam suficientes para que cada um recebesse um pedaço de pão. Ou seja, a lógica humana gritava: “Escassez! Impossibilidade! Falência!”.

Muitas vezes, na hora da oferta ou diante dos desafios financeiros da nossa própria vida, nos encontramos exatamente como Filipe. Olhamos para o tamanho da dívida, para o tamanho do sonho ou para a necessidade da obra de Deus, e olhamos para a nossa conta bancária. Consequentemente, a conta não fecha. O medo nos paralisa. No entanto, a passagem da multiplicação nos ensina uma verdade espiritual poderosa que transcende a matemática: o milagre da multiplicação não acontece na retenção, mas acontece na transferência.

“Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos? E disse Jesus: Mandai assentar os homens… E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos…” (João 6:9-11)

Esboço de Pregação sobre a Multiplição dos Pães e Peixes

A Diferença Entre o Cálculo Humano e a Visão Divina

Sob essa ótica, surge a figura improvável de um menino. André, irmão de Pedro, o encontrou. Curiosamente, a Bíblia não diz que ele era rico ou influente. Ele tinha apenas um lanche simples: pães de cevada (o pão dos pobres, não o de trigo dos ricos) e dois peixinhos (provavelmente peixes pequenos em conserva, usados como condimento).

Contudo, o que diferencia esse menino dos apóstolos adultos não era o que ele tinha, mas o que ele estava disposto a fazer com o que tinha. Enquanto os adultos calculavam o que faltava, o menino entregou o que sobrava. Por isso, a atitude dele é o gatilho do milagre. Ele não disse: “Senhor, isso é meu, eu também tenho fome”. Ele permitiu que seu “tudo” se tornasse a matéria-prima do sobrenatural.

Dessa forma, Jesus pega aqueles elementos simples. O texto diz que Ele “tomou os pães”. Imediatamente, houve uma transferência de propriedade. Aquilo já não pertencia mais ao menino; pertencia ao Criador do Universo. Aqui está o segredo da oferta: quando ofertamos, não estamos perdendo dinheiro; estamos transferindo recursos do reino natural e limitado para o Reino sobrenatural e ilimitado.

Além disso, Jesus fez algo que desafia nossa ansiedade: Ele “deu graças”. Visto que a multidão ainda estava com fome e os cestos ainda não estavam cheios, agradecer parecia ilógico. Mas a fé agradece pela provisão antes mesmo de vê-la materializada. A gratidão é a linguagem da fé. Se você deseja ver a provisão de Deus, comece agradecendo pelo pouco que está em suas mãos agora. Inspire-se com versículos de gratidão para mudar sua perspectiva.

Lições Profundas de Provisão e Mordomia

Portanto, ao analisarmos este evento milagroso, podemos extrair princípios vitais para a nossa vida financeira e espiritual:

  • A Ordem Precede o Milagre: Antes de tudo, Jesus mandou que a multidão se assentasse em grupos sobre a relva verde (Marcos 6:39). Isso significa que Deus não opera na confusão. Ele preparou o ambiente para receber a bênção. Assim também, na nossa vida financeira, precisamos organizar nossa casa para receber a provisão. Deus abençoa a ordem, não o caos.
  • O Milagre Acontece no Movimento: Surpreendentemente, os pães não se multiplicaram instantaneamente numa pilha gigante ao lado de Jesus. O milagre aconteceu enquanto os discípulos partiam e entregavam. Ou seja, a provisão flui quando nos dispomos a ser canais. Se você retém, o fluxo para; se você distribui, o fluxo aumenta. A generosidade ativa o poder de Deus.
  • A Lei da Abundância (As Sobras): Finalmente, todos comeram e se fartaram. E o que aconteceu? Sobraram doze cestos cheios! Consequentemente, o menino que deu seu lanche voltou para casa com muito mais do que trouxe. Ele saiu de casa com uma merenda e voltou com um cesto cheio (provavelmente um para cada apóstolo carregar, e talvez um tenha ficado para ele). Dessa maneira, Deus nos prova que ninguém perde por dar a Ele. A conta de Deus sempre fecha com saldo positivo. Fortaleça sua confiança lendo versículos sobre milagres.

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Aplicação: Rompendo com o Medo da Escassez

Nesse sentido, muitos de nós vivemos presos na mentalidade de Filipe: “Não é o suficiente”. Olhamos para o salário e dizemos “não dá”. Olhamos para a oferta e pensamos “vai fazer falta”. Entretanto, o convite de Jesus hoje é para vivermos na mentalidade do menino e na fé do Mestre.

Sendo assim, a oferta não é sobre o valor monetário que entra na salva; é sobre a quebra da autossuficiência. É um ato profético que diz: “Senhor, eu não confio na força do meu braço, nem na economia deste mundo. Eu confio na Tua capacidade de multiplicar o que coloco em Teu altar.”

Por exemplo, talvez você tenha entrado aqui hoje preocupado com uma dívida, ou com o desemprego, ou com um negócio travado. Talvez você sinta que tem apenas “cinco pães e dois peixinhos” diante de uma montanha de problemas. Mas, a boa notícia é que Jesus está neste lugar. E Ele não pergunta o quanto você tem, Ele pergunta se você confia nEle com o que tem.

Conclusão: Coloque nas Mãos Certas

Em suma, o segredo não estava na qualidade do pão de cevada, nem no tempero do peixe. O segredo estava única e exclusivamente nas mãos que o receberam. Mãos humanas podem apenas dividir; as mãos de Deus sabem multiplicar.

Por isso, hoje, não oferte com tristeza ou por obrigação. Não oferte pensando que é um pagamento. Oferte como quem planta uma semente em solo fértil. Pelo contrário, oferte com a alegria de quem sabe que está associado ao Dono de tudo.

Para concluir, convido você a pegar sua oferta agora. Olhe para ela. Pode parecer pouco para a necessidade que você tem ou para a grandeza da obra. Contudo, lembre-se do menino. Ele entregou tudo, e alimentou uma multidão.

Finalmente, que a sua oração hoje seja: “Senhor, toma o meu pouco. Eu tiro o controle das minhas mãos e passo para as Tuas. Quebra a maldição da escassez na minha vida e transforma esta semente em alimento para muitos e em abundância para a minha casa, em nome de Jesus.”

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