Guia para iniciantes sobre os principais símbolos do Apocalipse
Apocalipse Descomplicado: Um Guia com Explicação dos Principais Símbolos é um convite para desvendar o livro mais misterioso da Bíblia. De fato, o Apocalipse de João, com suas visões de bestas e dragões, frequentemente intimida os leitores. Consequentemente, muitos o veem como um roteiro de eventos futuros distantes ou apenas como fatos que ocorreram no passado.
Contudo, a palavra “Apocalipse” significa “revelação”. Portanto, João escreveu o livro não para confundir, mas para revelar a verdade sobre Jesus Cristo e o desenrolar da história. Para isso, o apóstolo usou uma linguagem rica em símbolos, em grande parte extraídos do Antigo Testamento.
Com efeito, entender esses símbolos é a chave para destravar a mensagem central do livro, que é, acima de tudo, uma mensagem de esperança. Assim, com este guia, vamos simplificar o que parece complexo e mostrar que entender a Bíblia, inclusive seu último livro, é possível.
O que significa Apocalipse?
Com base em Apocalipse 1:1, a palavra “Apocalipse” significa “Revelação”. O próprio texto se inicia como a “Revelação de Jesus Cristo”, que Deus Lhe deu para “mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer”. Portanto, seu significado principal não é destruição, mas o ato de desvendar ou desvelar o plano de Deus para o futuro.
1. O Cordeiro de Deus (Apocalipse 5)
Um dos símbolos mais centrais e poderosos do Apocalipse é, sem dúvida, o Cordeiro. No capítulo 5, João vê um livro selado que ninguém podia abrir. Então, ele observa “um Cordeiro, como havendo sido morto”, de pé junto ao trono.
Este Cordeiro, inequivocamente, representa Jesus Cristo, o mais importante de todos os personagens bíblicos. De fato, a imagem conecta diretamente com o cordeiro pascal do Êxodo e com o Servo Sofredor de Isaías 53.
Com efeito, Ele representa o paradoxo do poder de Deus, pois a vitória foi conquistada não pela força, mas pelo sacrifício. O fato de Ele estar “de pé”, embora “havendo sido morto”, simboliza Sua ressurreição. Portanto, Seu sacrifício O torna o único digno de conduzir a história.
2. Os Quatro Cavaleiros (Apocalipse 6)
Os quatro cavaleiros não apenas representam juízos genéricos. Pelo contrário, muitos intérpretes os veem como símbolos de fases sucessivas da história da Igreja Cristã.
Primeiramente, o cavaleiro em um cavalo branco simboliza a pureza e o poder do evangelho no primeiro século. Em seguida, o cavaleiro em um cavalo vermelho representa o período seguinte, quando a pureza se perdeu e perseguições tiraram a paz da igreja.
O terceiro, em um cavalo preto, aponta para a Idade Média, um tempo de trevas espirituais. Finalmente, o cavaleiro no cavalo amarelo, chamado Morte, simboliza o resultado desses séculos de apostasia: uma condição de morte espiritual generalizada.
3. A Mulher e o Dragão (Apocalipse 12)
No capítulo 12, João vê uma mulher “vestida do sol”, que simboliza a igreja de Deus. Em contrapartida, um dragão vermelho a ameaça. O próprio texto identifica claramente o dragão como Satanás, o nosso adversário.
A profecia, então, afirma que a mulher foge para o deserto, onde Deus a sustenta por 1.260 dias. Usando o princípio profético de “dia-ano” (Ezequiel 4:6), esses 1.260 dias proféticos correspondem a 1.260 anos literais. Consequentemente, muitos estudiosos da Bíblia aplicam este período ao tempo de supremacia papal durante a Idade Média (de 538 d.C. a 1798 d.C.), quando a igreja fiel precisou se “esconder” para escapar da perseguição.
4. As Duas Bestas de Apocalipse 13
A primeira besta, que sobe do mar, representa um poder perseguidor. De fato, ela blasfema contra Deus e persegue os santos por “quarenta e dois meses” (os mesmos 1.260 anos). Assim, a interpretação histórica identifica este poder como um sistema religioso-político que surgiu em Roma após a queda do Império Romano pagão.
Posteriormente, perto do fim desse período, surge uma segunda besta, vinda “da terra”. Ela tem chifres “semelhantes aos de um cordeiro”, simbolizando uma nação que surge com princípios de liberdade, mas que, no fim, “fala como o dragão”. A profecia indica, então, que esta nação (identificada como os Estados Unidos) liderará o mundo a fazer uma “imagem” à primeira besta, impondo um decreto mundial de adoração.
5. O Número e a Marca da Besta (Apocalipse 13)
O texto identifica o número 666 como o “número de um homem”. Historicamente, uma interpretação significativa aponta para o título *Vicarius Filii Dei* (Vigário do Filho de Deus), pois a soma de suas letras em algarismos romanos resulta em 666.
Contudo, mais importante que o número é a “marca da besta”. Esta marca funciona como um sinal de lealdade a esse sistema terrestre. Em contrapartida, Deus concede o “selo de Deus” (Apocalipse 7:2-3) aos Seus servos.
Com efeito, o conflito final girará em torno da adoração. O selo de Deus se relaciona à Sua Lei, especialmente ao mandamento que aponta para Ele como Criador. Por isso, um profundo estudo bíblico sobre o Sábado é essencial para entender este selo. A marca da besta, por outro lado, será um sinal de obediência a uma autoridade humana que contradiz a Lei de Deus.
6. A Grande Babilônia (Apocalipse 17)
Uma mulher impura, a “prostituta”, simboliza a Babilônia. Ela representa um sistema religioso apóstata que se uniu aos poderes políticos. Além disso, o texto a chama de “mãe das prostituições”, indicando que ela é um sistema-mãe do qual outros sistemas religiosos também se corromperam.
Portanto, se a mulher pura do capítulo 12 é a igreja fiel, a Babilônia é a confederação mundial de religiões que abandonaram a pura Palavra de Deus. Por isso, o chamado urgente de Apocalipse 18:4, “Retirai-vos dela, povo meu”, é um apelo para que os filhos de Deus se separem da apostasia. A pergunta sobre qual é a igreja verdadeira se torna, assim, crucial neste contexto.
7. A Nova Jerusalém (Apocalipse 21)
Em total contraste com a Babilônia, o livro termina com a visão gloriosa da Nova Jerusalém, a morada final dos salvos. De fato, ela representa a consumação da esperança de todos os crentes. Sua perfeição e a ausência de dor simbolizam a restauração completa que Deus fará. Nela, não haverá mais templo, pois o próprio Deus e o Cordeiro habitarão com Seu povo.
Conclusão: Uma Mensagem de Esperança na História
Longe de ser um livro para causar medo, o Apocalipse, na verdade, revela o plano de Deus através da história. Ele mostra que, apesar do surgimento de reinos e perseguições, Deus sempre preservou um povo fiel. Com efeito, a profecia nos assegura que a história caminha para um clímax glorioso. Cada capítulo reforça que a Bíblia é realmente a Palavra de Deus e Suas promessas se cumprirão.
A mensagem final, portanto, não é de destruição, mas de redenção. O herói da história é o Cordeiro que foi morto e venceu. Assim, Ele nos chama para sermos fiéis em meio ao conflito final, com a certeza da Sua vinda. O Apocalipse, em suma, nos convida a viver com a esperança convicta na vinda do Senhor. Afinal, entender o que a Bíblia diz é entender essa promessa final de vitória.