Esboço de Pregação: A Cura dos Dez Leprosos (Lucas 17)

Esboço de Pregação sobre a Cura dos dez Leprosos

Esboço de Pregação sobre a Cura dos dez Leprosos: O Caminho da Gratidão que Salva

Tema: A Diferença Entre Ser Curado e Ser Salvo

Texto Base Principal: Lucas 17:11-19

Objetivo Estratégico:

  • Pensar: Primeiramente, levar a congregação a discernir a profunda diferença entre receber uma bênção de Deus (cura física) e ter um encontro transformador com o Abençoador (salvação completa), que se manifesta através da gratidão e adoração.
  • Sentir: Consequentemente, gerar um profundo senso de autoavaliação sobre a própria gratidão, provocando um constrangimento piedoso pela ingratidão e, ao mesmo tempo, um desejo ardente de retornar a Jesus com um coração verdadeiramente agradecido.
  • Fazer: Por fim, desafiar cada pessoa a não apenas pedir bênçãos, mas a cultivar um estilo de vida de gratidão, retornando continuamente a Cristo em adoração, independentemente das circunstâncias, e expressando essa gratidão de forma visível.

Público-Alvo: Crentes que podem ter se acostumado a receber as bênçãos de Deus sem expressar a devida gratidão, correndo o risco de focar mais nos milagres do que no Autor dos milagres.

Ideia Central (Tese): Embora a fé obediente possa nos levar a experimentar as bênçãos curadoras de Deus, é a fé agradecida, que retorna para adorar a Jesus, que nos move da cura física para a plenitude da salvação e restauração. Muitos recebem o milagre, mas poucos recebem o Salvador.

A Estrutura da Pregação (Exposição de Lucas 17:11-19)

I. INTRODUÇÃO: O GRITO UNIVERSAL POR SOCORRO

A Condição Humana: Desespero à Distância

Primeiramente, a cena se abre com dez homens numa condição terrível. A lepra, naqueles dias, não era apenas uma doença física; era, de fato, uma sentença de morte social e espiritual. Eles eram impuros, forçados a viver isolados e a gritar “Imundo!” para que ninguém se aproximasse.

Consequentemente, eles representam a humanidade em seu estado mais desesperado: marginalizados, sem esperança e separados da comunhão. Inegavelmente, todos nós, em algum momento, nos encontramos em um estado de necessidade, clamando por cura e libertação.

Um Clamor Unificado pela Misericórdia

Interessantemente, a desgraça uniu judeus e um samaritano, inimigos culturais. Juntos, eles “levantaram a voz”, não pedindo justiça ou direitos, mas misericórdia. “Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós!”. Este é o ponto de partida de todo milagre: o reconhecimento da nossa total carência e da suficiência de Cristo. Eles não tinham nada a oferecer, exceto seu clamor desesperado. É um lembrete de que a oração a Deus começa com humildade.

A Promessa da Mensagem de Hoje

Sendo assim, a história que vamos explorar hoje não para na cura. Pelo contrário, ela nos leva a uma jornada mais profunda. Vamos descobrir, através da exposição deste texto, que Jesus está interessado em muito mais do que apenas resolver nossos problemas imediatos. Ele deseja uma restauração completa. Portanto, prepare seu coração para descobrir a diferença crucial entre ser abençoado e ser verdadeiramente salvo.

II. EXPOSIÇÃO DO TEXTO: A JORNADA DA FÉ, DA OBEDIÊNCIA E DA GRATIDÃO

A. A Fé que Obedece: O Caminho para a Cura (vv. 12-14)

Uma Ordem Incomum

“E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes…”

A resposta de Jesus, primeiramente, parece estranha. Ele não ora, não toca neles, nem declara a cura imediata. Em vez disso, Ele lhes dá uma ordem que exige fé em ação. De acordo com a Lei de Moisés, um leproso só deveria ir ao sacerdote depois de estar curado.

Jesus, contudo, os envia enquanto ainda estavam leprosos. A cura, portanto, estava condicionada à sua obediência a uma palavra que parecia ilógica. É um chamado para viver pela fé, como vemos em O Justo Viverá pela Fé.

A Cura no Caminho

“…E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.”

O milagre acontece “indo eles”, ou seja, no caminho da obediência. Eles poderiam ter questionado, poderiam ter esperado por um sinal visível, mas escolheram obedecer à palavra de Jesus. Consequentemente, todos os dez foram curados.

Isso nos ensina que, muitas vezes, a bênção de Deus não está na linha de partida, mas na jornada de fé e obediência. A fé que agrada a Deus é aquela que age, que caminha, que confia mesmo sem ver, pois a fé sem obras é morta.

B. A Fé que Adora: O Caminho para a Salvação (vv. 15-16)

A Reação de Um

“E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz.”

Aqui, a história muda drasticamente. Dez foram curados, mas apenas um “viu” verdadeiramente o que tinha acontecido. A cura física o levou a uma revelação espiritual.

Em vez de continuar seu caminho para o sacerdote (o caminho da religião), ele fez um desvio: ele voltou para a Fonte da cura (o caminho do relacionamento). Ele não apenas se sentiu grato; ele expressou sua gratidão de forma audível e pública, glorificando a Deus, um verdadeiro versículo de gratidão vivo.

A Postura da Adoração

“E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.”

Sua gratidão, subsequentemente, o levou à adoração. Cair aos pés de Jesus com o rosto em terra é a postura máxima de humildade, submissão e reconhecimento da divindade de Cristo.

Enquanto os outros nove seguiram o protocolo religioso, este homem — um samaritano, desprezado pelos judeus — prostrou-se diante do Salvador. Ironicamente, o estrangeiro foi o único que verdadeiramente “chegou em casa”. Ele entendeu que a verdadeira religião é agradar a Deus em ações e pureza, começando pela gratidão.

C. A Pergunta que Penetra a Alma (vv. 17-19)

O Lamento de Jesus

“E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?”

A pergunta de Jesus revela um lamento. Ele não lamenta a cura, mas a ingratidão. Ele se alegra com a bênção concedida, mas Seu coração anseia pelo relacionamento com os abençoados. Essa pergunta ecoa até hoje em nossas igrejas e em nossas vidas.

Quantas vezes recebemos livramentos, provisões e curas, mas seguimos nosso caminho sem voltar para glorificar a Deus? A ausência dos nove mostra como é fácil focar no presente em vez do Doador. É uma questão que nos força a refletir sobre nossas próprias ofertas e dízimos de gratidão. Ou, como falar na hora da oferta, sobre a alegria de devolver.

A Declaração da Salvação

“E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.”

Finalmente, Jesus faz uma declaração ao leproso agradecido que Ele não fez aos outros. Os dez foram “limpos” (curados fisicamente), mas este foi “salvo” (sozo, no grego, que significa uma salvação completa, integral, espiritual). A fé obediente dos dez trouxe cura para o corpo.

A fé agradecida deste homem, contudo, trouxe salvação para sua alma. Ele recebeu mais do que a restauração da pele; ele recebeu a restauração do seu relacionamento com Deus. Este é o tipo de fé que nos torna mais que vencedores.

III. CONCLUSÃO: ONDE ESTÃO OS NOVE HOJE?

A. Recapitulação da Tese:

Em resumo, a lição central desta passagem é inconfundível. Deus, em sua misericórdia, concede bênçãos a muitos que demonstram uma fé obediente. Contudo, a salvação plena, a intimidade e a aprovação do Mestre são reservadas para aqueles cuja fé os leva de volta aos pés de Jesus em adoração e gratidão. A cura é maravilhosa, mas a salvação é eterna.

B. Síntese dos Pontos e o Desafio Final:

Lembre-se, portanto, da jornada: um clamor por misericórdia, uma fé que obedece e caminha, e, crucialmente, uma fé que retorna para adorar. A pergunta de Jesus, “Onde estão os nove?”, não é apenas para aquela época. Ela é para nós, hoje. Em que grupo estamos? No grupo dos que recebem e seguem em frente, ou no grupo daquele que volta para dar glória a Deus?

C. Chamada para Ação e Oração:

Sendo assim, eu quero te convidar a fazer um inventário de gratidão. Pense nas últimas bênçãos, curas e livramentos que você recebeu. Você voltou para dar graças? Talvez hoje seja o dia de “voltar”. De se prostrar aos pés de Jesus, não para pedir mais nada, mas simplesmente para agradecer. Para passar da lista de pedidos para uma vida de louvor, que é o sacrifício contínuo de louvor.

Oração Final: Orar pedindo perdão a Deus pela ingratidão. Clamar por um coração como o do samaritano, que não se contenta apenas com a bênção, mas anseia pelo Abençoador. Consagrar a congregação a ser uma comunidade de “leprosos curados” que vivem aos pés de Cristo em adoração contínua, para que o mundo veja e glorifique ao Pai.

Esboço de pregação Expositiva

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O que Pregar sobre Fé?

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