Esboço de Pregação sobre Neemias

Esboço de Pregação sobre Neemias

Esboço de Pregação: Neemias, A Visão que Edifica e a Resposta Corajosa à Oposição

“Então lhes disse: Bem vedes a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas estão queimadas a fogo; vinde, e reedifiquemos o muro de Jerusalém, e não estejamos mais em opróbrio. Lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, e também as palavras do rei, que ele me tinha falado. Então disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem.” (Neemias 2:17-18)

O Peso da Ruína e a Dor do Visionário

Primeiramente, Neemias não era um sacerdote ou um profeta; era copeiro do rei Artaxerxes na capital persa, Susã. Ele desfrutava de conforto, segurança e uma posição de grande influência. No entanto, ao ouvir sobre a condição miserável de Jerusalém — os muros caídos e as portas queimadas — seu coração foi quebrado.

As ruínas da cidade representavam não apenas a vulnerabilidade física, mas o opróbrio (a vergonha) do povo de Deus diante das nações.

Certamente, o muro caído de Jerusalém simboliza as áreas de nossa vida que estão em ruínas: o casamento, o ministério, a saúde ou a vida financeira.

Neemias não se contentou em apenas lamentar ou orar; sua dor o impulsionou à ação e ao planejamento estratégico. Ele entendeu que o sucesso no palácio de Susã não significava nada se a glória de Deus estivesse em vergonha em Jerusalém.

Nesse sentido, este esboço propõe a jornada do copeiro ao construtor.

Vamos explorar os passos práticos da liderança de Neemias — a oração, o planejamento e a persistência — e como, ao levantar as muralhas, ele restaurou a segurança e o testemunho do povo de Deus.

I. A Dor que Gera Ação: Oração e Planejamento

A reação inicial de Neemias à notícia da ruína foi se assentar, chorar, jejuar e orar por quatro meses (Neemias 1:4). Sua intercessão foi baseada na confissão, no arrependimento e na reivindicação das promessas de Deus (Deuteronômio 30).

“E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.” (Neemias 1:4)

Desta forma, vemos que a intercessão precede a intervenção:

  • Oração Contínua: Neemias não fez uma oração rápida; ele persistiu por quatro meses. O tamanho da nossa intercessão reflete a seriedade da nossa visão.
  • Confissão Pessoal: Ele se incluiu no pecado da nação (“nós, os filhos de Israel, pecamos contra ti”). A verdadeira liderança começa com a confissão pessoal.
  • Fé em Ação: Neemias não apenas orou; ele se preparou para falar com o rei e pediu cartas, salvaguardas e materiais. A fé em Deus e o planejamento humano andam juntos.

Assim, a visão para o futuro nasce de um coração quebrantado pela realidade presente.

II. Liderança Pela Visão: O Chamado Coletivo

Após a oração e o planejamento, Neemias viajou para Jerusalém e passou três dias inspecionando as ruínas sozinho e secretamente. Ele quantificou o problema antes de mobilizar as pessoas. Sua apresentação final (Neemias 2:17-18) foi poderosa porque era baseada na informação e na convicção divina.

“Vinde, e reedifiquemos o muro de Jerusalém, e não estejamos mais em opróbrio.” (Neemias 2:17)

A estratégia de mobilização:

  • Conhecimento do Campo: Ele inspecionou a ruína de noite para entender a dimensão do desafio. Líderes eficazes conhecem o problema de perto.
  • Declaração da Mão de Deus: Ele usou seu testemunho pessoal (“a mão do meu Deus me fora favorável”) para inspirar confiança. A fé é contagiosa.
  • Unidade de Propósito: O povo respondeu de forma unânime: “Levantemo-nos, e edifiquemos.” A visão clara gera unidade de esforço.

Consequentemente, a liderança que vem de Deus transforma o lamento em trabalho.

III. A Resposta à Crítica: A Colher e a Espada

O trabalho mal havia começado quando a oposição (Sambalate e Tobias) surgiu com escárnio, ridículo e ameaças. Neemias não perdeu tempo discutindo; ele respondeu com oração e ação.

“Porém, nós oramos ao nosso Deus e pusemos guarda contra eles de dia e de noite, por causa deles.” (Neemias 4:9)

Superando o inimigo:

  • Oração Contra o Desprezo: A primeira reação de Neemias ao ridículo foi orar, transferindo a vingança para Deus e mantendo o foco no trabalho. Veja versículos sobre resistência ao mal.
  • Trabalho e Vigilância: Ele armou o povo para que metade trabalhasse e metade vigiasse. A vida cristã exige a colher (trabalho espiritual) e a espada (vigilância contra o inimigo).
  • Foco no Muro: Quando as ameaças se intensificaram, Neemias manteve o povo focado na reconstrução: “A obra é grande e extensa…” (Neemias 4:19).

Logo, a melhor resposta à crítica é a conclusão bem-sucedida do trabalho.

IV. A Unidade do Esforço e a Recusa à Distração

O capítulo 3 descreve a organização do trabalho: cada família reconstruiu o muro “em frente à sua casa”. Houve unidade no objetivo e responsabilidade local. Nosso muro mais importante é o que está em frente à nossa porta.

“Ouvindo, então, os nossos inimigos que já sabíamos do seu propósito, e que Deus tinha frustrado o seu conselho, voltamos todos nós ao muro, cada um à sua obra.” (Neemias 4:15)

A persistência na vocação:

  • Responsabilidade Local: O muro só foi construído porque cada um se responsabilizou por um pequeno trecho. A igreja avança quando cada crente cuida de sua própria área de influência.
  • Recusa à Distração: Quando os inimigos tentaram atraí-lo para o “vale de Ono” (distração, discussão), Neemias respondeu: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer.” (Neemias 6:3).
  • Resolução de Conflitos Internos: Neemias também precisou lidar com a opressão interna (usura). Ele parou a obra para consertar o povo, demonstrando que a justiça social é parte da edificação.

Dessa maneira, a unidade e o foco nos protegem de todas as distrações.

V. O Objetivo Cumprido: O Muro Reconstruído

Contra todas as expectativas e em meio a ataques constantes, a obra foi concluída em apenas cinquenta e dois dias. O fim da reconstrução não foi apenas o fim de um projeto, mas o início de um novo tempo espiritual e a restauração do temor de Deus.

“Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de Elul, em cinquenta e dois dias. E sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, temeram todos os gentios que havia em redor de nós e abateram-se muito em seus próprios olhos; porque reconheceram que o nosso Deus fizera esta obra.” (Neemias 6:15-16)

O impacto da vitória:

  • Acelerando o Tempo: O que deveria levar anos foi feito em 52 dias, porque a mão de Deus era favorável. O favor de Deus multiplica nossos esforços.
  • Testemunho às Nações: Os inimigos reconheceram que a obra não era humana; era obra de Deus. Nossa vitória silencia a crítica e honra a Deus.
  • Restaurando o Opróbrio: O muro reconstruído deu fim à vergonha. A restauração traz segurança, honra e a possibilidade de avivamento.

Em suma, Neemias provou que a visão, quando acompanhada de oração e trabalho, é imparável.

Conclusão: Qual é a Sua Ruína?

Para concluir, a história de Neemias não é apenas um relato de arquitetura; é um manual de avivamento. Deus está olhando para os “muros caídos” em sua vida hoje.

Você está disposto a deixar o seu “Susã” (seu conforto) para se importar com a ruína? Você está disposto a chorar e orar, planejar e trabalhar, mesmo quando o mundo ridiculariza?

Levante-se com a colher do trabalho na mão e a espada da Palavra na outra. Declare a miséria, mobilize os seus irmãos, ignore a crítica e foque-se no muro que Deus colocou diante de você. O trabalho será concluído e o mundo saberá que “o nosso Deus fez esta obra”.

Oração Final

“Senhor Deus de Neemias, que nos chamas à edificação. Perdoa-nos por estarmos confortáveis em nosso Susã enquanto os muros de nossa vida estão em ruínas. Dá-nos um coração quebrantado pela Tua obra e uma visão clara do que precisa ser reconstruído. Capacita-nos a orar, planejar e trabalhar com excelência. Cerra a boca dos nossos críticos e frustra os planos de Sambalate e Tobias. Que a nossa obra seja concluída rapidamente, para que o mundo reconheça que o Senhor é o nosso Deus. Em nome de Jesus, Amém.”

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