Esboço de Pregação sobre Tomé

Esboço de Pregação sobre Tomé

Esboço de Pregação sobre Tomé: Do Ceticismo à Maior Confissão de Fé

Esboço de Pregação sobre Tomé é o tema desta mensagem, centrada no episódio transformador registado em João 20:24-29. Frequentemente, colamos em Tomé o rótulo injusto de “o incrédulo”, esquecendo-nos de que ele foi também o discípulo corajoso que, em João 11, dispôs-se a morrer com Jesus.

A história de Tomé não é sobre a ausência de fé, mas sobre a honestidade da dúvida e a paciência de Jesus em restaurar um coração ferido.

Primeiramente, é crucial notar que a dúvida de Tomé não era uma rejeição a Jesus, mas uma barreira erguida pela dor. Ele vira a esperança morrer na cruz. O seu realismo impedia-o de aceitar rumores; ele precisava de realidade. Jesus, na Sua infinita graça, não rejeita o questionador, mas oferece-Se a ele.

Este estudo ajudará a compreender como lidar com as nossas próprias incertezas e como ter um encontro real com a biografia de Jesus Cristo ressuscitado.

De facto, a jornada de Tomé ensina-nos que a fé não é um salto no escuro, mas um passo em direção à Luz que se revelou. Vamos explorar quatro momentos desta narrativa: o perigo do isolamento, a exigência da prova, a resposta da graça e a rendição total.

Prepare-se para ver como as suas dúvidas podem tornar-se o alicerce da sua adoração mais profunda.

I. O Perigo do Isolamento: Estar Fora do Lugar

A primeira falha de Tomé não foi duvidar, foi estar ausente. Quando Jesus apareceu pela primeira vez aos discípulos no cenáculo, “Tomé não estava com eles”. Não sabemos porquê — talvez estivesse a processar o luto sozinho, desiludido ou com medo. Mas a lição é clara: longe da comunhão, ficamos vulneráveis à incredulidade.

“Ora Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.” (João 20:24)

Lições sobre a importância da comunhão:

  • Perder o Momento: Enquanto os outros discípulos se alegravam (“Vimos o Senhor!”), Tomé permanecia na escuridão do luto. O isolamento espiritual priva-nos das experiências coletivas da graça de Deus.
  • A Vulnerabilidade da Solidão: O inimigo trabalha melhor quando estamos sós. A fé comunitária sustenta-nos quando a nossa fé individual vacila. Nunca deixe de congregar, especialmente em tempos de crise.
  • O Testemunho Insuficiente: Os outros dez disseram-lhe a verdade, mas ele não conseguiu crer apenas pelo testemunho deles. Há momentos em que a experiência dos outros não nos basta; precisamos do nosso próprio encontro.

Assim, aprendemos que o primeiro passo para a dúvida é afastarmo-nos do corpo de Cristo.

II. A Exigência da Prova: “Se Eu Não Vir…”

A resposta de Tomé aos amigos foi dura: “Se eu não vir o sinal dos cravos… de maneira nenhuma crerei”. Ele impôs condições a Deus. Ele definiu como e quando Deus deveria agir para que ele acreditasse. É a voz do realismo humano que se recusa a ser desapontado novamente.

“Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo… de maneira nenhuma crerei.” (João 20:25)

Entendendo a natureza da dúvida:

  • A Dor por Trás da Dúvida: Tomé amava Jesus. A sua recusa em crer pode ter sido um mecanismo de defesa. Ele não queria criar falsas esperanças. Muitas vezes, a nossa incredulidade é apenas medo de sofrer outra deceção.
  • O Desejo de Tangibilidade: Ele queria ver e tocar. Vivemos num mundo materialista que exige provas. Mas o Reino de Deus opera por fé, que é “a prova das coisas que não se veem”. Entenda mais sobre o que é a fé segundo a Bíblia.
  • A Honestidade Intelectual: Pelo menos, Tomé foi sincero. Ele não fingiu crer para agradar ao grupo. Deus prefere uma dúvida honesta a uma fé hipócrita. Ele traz as suas questões para a luz, em vez de as esconder.

Dessa maneira, a crise de Tomé prepara o palco para uma revelação extraordinária da paciência de Deus.

III. A Resposta da Graça: Jesus Volta por Um

Passaram-se oito dias. Oito dias de tortura mental para Tomé, vendo a alegria dos outros enquanto ele permanecia no escuro. Então, Jesus aparece. As portas estavam fechadas, mas Ele entrou. E o mais impressionante: Ele dirige-se diretamente a Tomé. Jesus voltou só por causa dele.

“Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos… e não sejas incrédulo, mas crente.” (João 20:27)

A misericórdia no encontro:

  • Ele Ouviu Tudo: Jesus repete as palavras exatas de Tomé (“Põe aqui o teu dedo”). Isso mostra que, mesmo quando duvidamos ou falamos com amargura, Deus está a ouvir. Ele não se ofendeu; Ele importou-se.
  • O Convite ao Toque: Jesus oferece as Suas feridas como prova de identidade. As cicatrizes de Cristo são o maior argumento do Seu amor. Ele não repreendeu Tomé com ira, mas com provas de amor.
  • A Ordem Amorosa: “Não sejas incrédulo”. É um imperativo de cura. Jesus convida-o a abandonar a posição de juiz e assumir a posição de crente. É um convite para sair do tribunal da razão e entrar no santuário da fé.

Logo, vemos que Jesus é capaz de atravessar as paredes da nossa incredulidade para nos resgatar.

IV. A Confissão Suprema: “Senhor Meu e Deus Meu”

O texto não diz explicitamente que Tomé tocou nas feridas. A visão de Jesus e a Sua palavra foram suficientes para quebrar a resistência. Tomé cai de joelhos e faz a declaração cristológica mais elevada de todos os Evangelhos. Ele não vê apenas um Messias ou um Mestre; ele vê o próprio YHWH.

“Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” (João 20:28)

O cume da adoração:

  • Posse Pessoal: Ele diz “Senhor meu“. A fé deixou de ser teórica ou coletiva para ser intensamente pessoal. Aquele que estava mais longe tornou-se o que chegou mais perto.
  • Reconhecimento da Divindade: Chamar Jesus de “Deus” era algo radical para um judeu monoteísta. Tomé viu a glória de Deus na face de Cristo. A dúvida, quando curada, produz convicções inabaláveis.
  • A Bem-Aventurança Futura: Jesus diz: “Bem-aventurados os que não viram e creram”. Isso é para nós hoje. Nós somos abençoados porque cremos pelo testemunho apostólico e pela ação do Espírito Santo. Inspire-se com versículos de fé.

Em suma, o cético tornou-se o adorador. A tradição diz que Tomé levou o evangelho até à Índia, morrendo como mártir. Aquele que exigiu provas, acabou por dar a sua vida como prova da sua fé.

Conclusão: Traga a Sua Dúvida a Jesus

Para concluir, a história de Tomé é um convite para os corações inquietos. Se você tem dúvidas, não fuja da igreja nem de Jesus. Não se contente com respostas superficiais, mas também não se feche no cinismo. Faça como Tomé: esteja presente onde Jesus costuma aparecer e seja honesto com a sua dor.

Jesus não tem medo das suas perguntas. Ele tem as cicatrizes para provar o Seu amor. Ele convida-o a “tocar e ver”. Mas lembre-se: o objetivo da prova não é satisfazer a curiosidade, mas conduzir à adoração.

Hoje, deixe que as feridas de Jesus curem a ferida da sua incredulidade. Saia da posição de quem exige sinais e prostre-se diante dAquele que é o Sinal. Diga com todo o seu coração: “Senhor meu e Deus meu!”.

Oração Final

“Senhor Jesus, nós Te agradecemos porque és paciente com a nossa lentidão de coração. Perdoa-nos quando impomos condições para Te obedecer ou quando nos isolamos na nossa dor. Obrigado por nos amares o suficiente para vires ao nosso encontro, atravessando as portas fechadas do nosso medo.

Revela-Te a nós hoje. Mostra-nos as marcas do Teu sacrifício e vence a nossa incredulidade. Que possamos sair daqui não apenas convencidos intelectualmente, mas rendidos espiritualmente, confessando que Tu és o nosso Senhor e o nosso Deus. Em Teu nome, Amém.”

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