Estudo Bíblico Católico: Jesus é a Autoridade Suprema
“Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” Mateus 28:18:
Estudo Bíblico Católico: Jesus é a Autoridade Suprema. A fé católica, profundamente enraizada na Sagrada Escritura e na Tradição, sempre enfrentou e respondeu a uma questão fundamental: a quem os fiéis devem, em última análise, obedecer e em quem devem depositar a suprema autoridade? Esta é, portanto, uma questão de hierarquia da revelação.
Por conseguinte, esclarecemos que o ponto central não reside em escolher entre o Senhor Jesus e a Sua Igreja, mas sim em reconhecer a relação de subordinação intrínseca da Igreja à Pessoa e à Palavra de Cristo. Portanto, a Igreja existe para servir e proclamar Jesus Cristo, e não o contrário. Afinal de contas, a Igreja Católica ensina que a fonte superior de toda a verdade e autoridade é o próprio Jesus Cristo, o Verbo de Deus encarnado, e a Sagrada Escritura, que O revela.
De fato, estabelecemos que a Bíblia e o Cristo nela revelado são a Rocha, o alicerce fundamental sobre o qual a Igreja constrói. Consequentemente, a Igreja reconhece e aceita a Bíblia como a Palavra de Deus inspirada.
Assim, a Igreja não criou a Palavra; antes, a Palavra a criou. Da mesma forma, Jesus Cristo, o Fundador Divino, confere autoridade à Igreja, mas a Sua própria autoridade transcende a instituição que Ele mesmo estabeleceu. Em primeiro lugar, examinaremos as Escrituras para solidificar este entendimento.

I. A Supremacia de Cristo e da Palavra (O Fundamento)
Certamente, a Bíblia claramente estabelece a supremacia absoluta de Jesus Cristo. Ele é, antes de tudo, Deus encarnado. Por exemplo, o Evangelho de João abre declarando: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (João 1:1, 3).
Portanto, esta passagem afirma a natureza eterna e criadora de Cristo. Em seguida, o livro de Colossenses reitera: “Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a primazia.” (Colossenses 1:18). Claramente, a primazia pertence a Jesus em todas as coisas.
O Pai celestial confirmou a autoridade de Jesus. Especificamente, no Monte da Transfiguração, Deus Pai declara: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; ouvi-o.” (Mateus 17:5). A ordem é direta e inegável: a autoridade a ser ouvida, acima de todas as outras, é a de Cristo. Não se trata de uma sugestão, mas sim de um mandamento divino para a obediência. Consequentemente, os fiéis, incluindo os líderes da Igreja, devem se curvar a esta voz.
Aprofunde-se mais: Para entender o papel fundamental da fé, leia sobre O que é Fé Segundo a Bíblia.
Ademais, Jesus se identifica como a própria Verdade. Ele proclama: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6). Uma vez que Ele é a Verdade encarnada, as Suas palavras e ensinamentos constituem a autoridade máxima. Logo, a Igreja deve, por sua vez, ser a guardiã e a proclamadora fiel desta Verdade, e não a fonte ou a dona final dela.

II. A Bíblia como Guia Superior da Igreja (A Bússola)
Da mesma forma que Jesus possui a primazia, a Sagrada Escritura, que atesta sobre Ele, atua como o padrão inerrante para a fé e prática da Igreja. Afinal de contas, a Igreja reconheceu, ao longo da história, que a Bíblia é a Palavra de Deus inspirada.
O apóstolo Paulo adverte a Timóteo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:16-17). Em suma, a Escritura é suficiente para aperfeiçoar o crente, e isso inclui a liderança e a estrutura da Igreja.
Por conseguinte, a Palavra de Deus julga a Igreja, e não o inverso. Em primeiro lugar, observe as palavras de Jesus aos líderes religiosos da Sua época. Ele frequentemente os repreendia por anularem a Palavra de Deus por causa de suas tradições.
Por exemplo, Jesus critica: “Invalidastes o mandamento de Deus por causa da vossa tradição.” (Mateus 15:6). Esta crítica serve como um eterno alerta para a Igreja. Claramente, a Tradição, embora valorosa, deve sempre se submeter à Escritura e à Palavra de Cristo.
Recurso Recomendado: Para uma visão mais detalhada, veja o Esboço de Pregação: Toda a Escritura é Inspirada por Deus.
Portanto, a Igreja primitiva seguiu este padrão. Vemos na descrição de Atos que os bereanos eram “mais nobres” por examinarem as Escrituras diariamente para ver se o que lhes era ensinado era verdade (Atos 17:11). Esta prática demonstra que a Palavra escrita de Deus é a norma reguladora que testa e valida até mesmo os ensinamentos apostólicos. Assim, a Igreja honra a Bíblia ao usá-la como o espelho para sua doutrina e conduta.
É vital compreender como a própria Bíblia se comprova como Palavra de Deus. Como Provar que a Bíblia Foi Inspirada por Deus. Este estudo reforça a inerrância e a suficiência da Escritura.
III. O Papel da Igreja: Servir e Proclamar (O Arauto)
Não se engane, Jesus estabeleceu a Sua Igreja (Mateus 16:18). Ele a instituiu para um propósito vital. No entanto, o papel da Igreja reside em ser a “coluna e firmeza da verdade” (1 Timóteo 3:15), o que significa que a Igreja não cria a verdade, mas sim a sustenta e a preserva. Afinal, uma coluna não é o telhado; ela suporta o telhado.
Dessa forma, os líderes da Igreja recebem o poder de ligar e desligar (Mateus 18:18). No entanto, este poder não lhes concede autoridade para criar novas verdades que contradigam o que Cristo e a Sua Palavra já revelaram. Pelo contrário, a autoridade se limita à administração fiel da Palavra de Deus e dos sacramentos. Em outras palavras, eles possuem autoridade delegada, mas não autoridade inerente.
Consequentemente, o apóstolo Paulo compreendeu perfeitamente a sua posição. Ele não se considerava a fonte da verdade, mas sim um “servo de Cristo e administrador dos mistérios de Deus” (1 Coríntios 4:1). Ele exorta os coríntios: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1 Coríntios 11:1). Assim, o modelo de obediência não termina em Paulo, mas continua em Cristo. Do mesmo modo, a obediência da Igreja e a dos fiéis devem transcender qualquer autoridade humana e alcançar o Senhor Jesus.
Leitura Essencial: Entenda melhor o Evangelho que a Igreja deve proclamar, acessando o Esboço de Pregação: O Poder do Evangelho.
Em virtude disso, a verdadeira obediência à Igreja está em reconhecê-la como o canal divinamente ordenado que nos aponta, com fidelidade, para o Deus Triúno. A Igreja tem a responsabilidade de interpretar e ensinar. No entanto, esta interpretação deve sempre fluir da Palavra de Deus e não sobrepor-se a ela.
IV. A Prova Bíblica da Superioridade de Jesus (O Testemunho Inegável)
Com toda a certeza, a Palavra de Deus fornece inúmeros exemplos que solidificam a superioridade da autoridade de Jesus e da Bíblia sobre qualquer instituição humana, incluindo a própria Igreja. Assim, consideremos o seguinte:
1. Jesus Corrige os Líderes Religiosos: Muitas vezes, os Fariseus e Escribas citavam tradições antigas, mas Jesus respondia: “Está escrito…” (Mateus 4:4, 7, 10; Mateus 21:13). Ele sempre apelava para a Escritura, a Palavra de Deus, como a autoridade final, refutando a autoridade institucional. Consequentemente, isto demonstra a subordinação de toda a tradição à Palavra de Deus.
Relacionado: A compreensão da divindade de Cristo é crucial. O Que é Transcendência e Imanência.
2. O Alicerce dos Apóstolos: Paulo afirma que a Igreja se edifica “sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Efésios 2:20). O fundamento apostólico é inseparável da mensagem profética do Antigo Testamento, e o ápice de tudo, a pedra de esquina, é Cristo. Nenhum bispo ou concílio pode se tornar a pedra de esquina. Em seguida, a Igreja deve permanecer sobre este fundamento e nunca se tornar o seu próprio alicerce.
3. Jesus, o Único Mediador: A Bíblia ensina claramente que “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2:5). Portanto, este versículo garante que a relação do crente com Deus não depende de uma hierarquia eclesiástica para ter acesso ou redenção. Pelo contrário, depende exclusivamente de Cristo. Assim, a Igreja facilita a fé, mas não substitui a mediação única de Jesus.
Ainda mais, para entender a importância da Palavra, leia A Bíblia é Realmente a Palavra de Deus.
4. A Admoestação de Paulo a Pedro: Mesmo o apóstolo Pedro, a quem Jesus deu uma autoridade especial, se submeteu à correção doutrinária. Paulo relata que “resisti-lhe na cara, porque era repreensível” (Gálatas 2:11) por causa do seu comportamento inconsistente com o Evangelho. Esta repreensão pública mostra que a fidelidade à verdade do Evangelho, a Palavra de Deus, supera a posição hierárquica, mesmo a de um apóstolo.
V. A Importância do Estudo Bíblico (O Dever do Discípulo)
Por fim, a primazia de Cristo e da Escritura implica um dever solene para cada crente: o estudo bíblico sério e constante. A obediência não pode ser cega. Como o próprio Jesus disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mateus 22:29).
Dessa forma, o estudo bíblico não visa desafiar a Igreja; ao invés disso, objetiva capacitar o fiel a ser “perfeitamente instruído” (2 Timóteo 3:17) e a discernir com clareza a voz de seu Supremo Pastor. O fiel deve se familiarizar profundamente com a Palavra para reconhecer quando qualquer tradição ou ensino, de qualquer que seja a fonte, se desvia do Evangelho de Cristo.
Recomendação: Aprenda as bases com Estudo Bíblico sobre os 5 Solas da Reforma Protestante.
Consequentemente, o Católico fiel deve estudar a Bíblia com devoção, apoiando-se na orientação do Espírito Santo, sabendo que a Igreja serve a Palavra de Deus. Desta forma, mantemos a hierarquia correta de autoridade: Cristo é o Supremo Mestre, a Bíblia é o Seu inerrante manual de ensino, e a Igreja é a Sua discípula e serva no mundo.
Esta ordem não diminui a Igreja; antes, a valida, pois a alinha com o seu Fundador Divino. Em conclusão, a Igreja obedece a Jesus e, por obediência a Ele, nós a ouvimos. Portanto, obedeça a Jesus, o seu Supremo Senhor.
Para um estudo aprofundado sobre como interpretar as Escrituras, não deixe de ler Como Entender a Bíblia e entenda o foco da nossa caminhada em Esboço de Pregação: Corrida Cristã com Foco Fixo em Jesus. Finalizando, o foco da pregação deve ser sempre em Cristo. Considere este material: Esboço de Pregação: Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida.

