Estudo Bíblico sobre Jonas

Estudo Bíblico sobre Jonas

Estudo Bíblico: Jonas – O Profeta Fugitivo e a Graça Implacável

“…porque sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânimo e grande em benignidade e que te arrependes do mal.”Jonas 4:2b

Neste Estudo Bíblico sobre Jonas, mergulhamos, primeiramente, em uma das histórias mais conhecidas das Escrituras, mas que, frequentemente, é mal compreendida. De fato, a história de Jonas não é, primariamente, sobre um grande peixe. Pelo contrário, é um confronto direto entre um Deus cuja misericórdia não conhece fronteiras e, por outro lado, um profeta cujo preconceito e nacionalismo o cegam para essa mesma graça.

Sem dúvida, é uma história que nos força a questionar: “Para quem achamos que a graça de Deus se destina?”. Além disso, ela revela que o maior problema não era a maldade de Nínive, mas, sim, a dureza do coração do próprio profeta. Portanto, o livro de Jonas é um espelho que expõe nossa própria relutância em estender perdão àqueles que, porventura, consideramos nossos “inimigos”.

Pai Celestial, nós Te agradecemos, antes de tudo, por este livro. Ele é, ao mesmo tempo, simples e, ainda assim, profundamente desafiador. Pedimos, portanto, que o Teu Espírito Santo nos dê um coração ensinável, diferentemente do de Jonas. Ajuda-nos, assim, a ver o mundo e as pessoas como Tu vês, ou seja, com compaixão e misericórdia. Que este estudo, por conseguinte, nos confronte e nos transforme, para que possamos ser instrumentos da Tua graça, e não juízes dela. Em nome de Jesus, Amém.

Sumário do Estudo:

  1. O Chamado e a Fuga: A Desobediência Deliberada (Jonas 1:1-3)
  2. A Tempestade e a Consequência: O Pecado Afeta Outros (Jonas 1:4-16)
  3. O Grande Peixe: Redenção em vez de Punição (Jonas 1:17 – 2:10)
  4. A Pregação Relutante e o Arrependimento Inesperado (Jonas 3)
  5. A Raiva do Profeta e a Lição Final de Deus (Jonas 4)
  6. Aplicações: Quem é a sua “Nínive”?

I. O Chamado e a Fuga: A Desobediência Deliberada (Jonas 1:1-3)

A história começa, primeiramente, com uma ordem divina clara: “Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim” (v. 2). A resposta de Jonas é, então, imediata e direta: ele se levanta e foge para Társis, ou seja, na direção oposta. Nínive, afinal, era a capital da Assíria, um império brutal e, além disso, inimigo mortal de Israel. Para Jonas, portanto, Nínive não merecia uma palavra de aviso; pelo contrário, merecia julgamento.

Jonas, surpreendentemente, não fugiu por medo do fracasso, mas, sim, por medo do *sucesso*. Ele sabia que, se pregasse, Nínive poderia se arrepender, e ele, de fato, conhecia o caráter de Deus: Ele é misericordioso. Consequentemente, a fuga de Jonas é um ato de rebelião teológica. Em outras palavras, ele discordava da graça de Deus. Ele sabia como saber a vontade de Deus, mas, deliberadamente, escolheu rejeitá-la.

Para reflexão: Já existiu uma ordem clara de Deus (por exemplo, perdoar alguém, servir, falar) que você ativamente evitou, não por medo, mas, talvez, por discordar dela?

II. A Tempestade e a Consequência: O Pecado Afeta Outros (Jonas 1:4-16)

Jonas, então, desce ao porão do navio e dorme. Sua desobediência, por conseguinte, causa uma tempestade violenta que ameaça a vida de todos a bordo. Os marinheiros pagãos, ironicamente, são os mais piedosos na história: primeiramente, eles clamam a seus deuses, depois, tentam salvar o navio e, além disso, têm medo. Jonas, contudo, está apático.

Quando descoberto, Jonas finalmente confessa: “Eu sou hebreu e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca” (v. 9). De fato, ele tem a teologia correta, mas a vida errada. Ele sabe que a tempestade é sua culpa. Assim, seu pecado, que ele pensava ser privado, colocou vidas inocentes em risco.

Eventualmente, ele é lançado ao mar, e, imediatamente, a tempestade cessa. Os marinheiros, então, temem a Deus e oferecem sacrifícios. Em suma, a desobediência de Jonas quase os matou, mas sua confissão, por outro lado, os levou a Deus.

A história nos mostra, portanto, como enfrentar as tempestades da vida, que, às vezes, são causadas por nossas próprias escolhas e, da mesma forma, nosso livre arbítrio mal utilizado.

III. O Grande Peixe: Redenção em vez de Punição (Jonas 1:17 – 2:10)

Aqui está, sem dúvida, o primeiro grande milagre da graça. Jonas, claramente, merecia se afogar. Afinal, ele mesmo pediu a morte (1:12). Em vez de julgamento, Deus, contudo, providencia um “grande peixe” (v. 17). O peixe não é a punição; pelo contrário, é o resgate. É, metaforicamente, uma “UTI” submarina para proteger o profeta de si mesmo e, assim, levá-lo ao arrependimento.

No capítulo 2, Jonas finalmente ora. Seu estudo bíblico sobre oração pessoal é, na verdade, um mosaico de Salmos. Ele reconhece que Deus o salvou da morte. “Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu” (2:2). Ele termina sua oração com uma declaração de fé: “Mas eu, com voz de agradecimento, te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvação!” (2:9).

O peixe, tendo cumprido seu propósito, vomita Jonas em terra seca. Deus, portanto, deu ao profeta uma segunda chance, um sinal claro de arrependimento e restauração.

IV. A Pregação Relutante e o Arrependimento Inesperado (Jonas 3)

Deus, então, dá a Jonas a mesma ordem pela segunda vez (3:1-2). Desta vez, Jonas obedece, mas, aparentemente, faz o mínimo possível. Ele entra na cidade (uma jornada de três dias) e prega por apenas um dia. Sua mensagem, registrada no hebraico, tem apenas cinco palavras. É, de fato, uma mensagem curta e dura: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (3:4).

O que acontece a seguir é, talvez, o maior milagre do livro: um avivamento total. Surpreendentemente, os ninivitas creram em Deus. O rei, por exemplo, desceu do trono, cobriu-se de saco e cinza, e proclamou um jejum nacional. Eles, de fato, se arrependeram de seus maus caminhos. O resultado desse esforço de evangelismo relutante foi, portanto, extraordinário.

E a resposta de Deus? “Viu Deus as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez” (3:10). A vitória da fé foi, assim, completa.

V. A Raiva do Profeta e a Lição Final de Deus (Jonas 4)

O capítulo 4 é, indubitavelmente, o clímax psicológico e teológico. O avivamento que, a princípio, deveria ser motivo de alegria se torna, ironicamente, a causa da raiva de Jonas. Ele diz a Deus: “Foi por isso que fugi… porque sabia que és Deus compassivo e misericordioso” (4:2). Em outras palavras, Jonas estava com raiva porque Deus foi gracioso com as pessoas que ele odiava.

Deus, então, ensina a Jonas uma lição prática. Primeiramente, Ele faz crescer uma planta para dar sombra a Jonas, e o profeta fica feliz. No dia seguinte, porém, Deus envia um verme que seca a planta, e Jonas, novamente, fica irado, desejando a morte.

Deus, por fim, o confronta: “Tens tu compaixão da planta… e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” (4:10-11).

O livro termina, assim, abruptamente com essa pergunta, forçando o leitor (e Jonas) a confrontar a pequenez de sua misericórdia em contraste com a imensidão da graça de Deus. Jonas teve que lidar com seu pecado de raiva e sua dificuldade em perdoar aqueles que o machucaram (ou a seu povo).

VI. Aplicações: Quem é a sua “Nínive”?

O livro de Jonas é, de fato, um espelho. Em muitos aspectos, nós somos Jonas. Todos nós temos uma “Nínive” — seja um grupo de pessoas, um partido político, um vizinho, ou alguém que, talvez, consideramos “imperdoável” ou indigno da graça de Deus.

  1. A Fuga é Inútil: Em primeiro lugar, não podemos fugir da presença ou do propósito de Deus.
  2. A Graça é para Todos: Além disso, o livro de Jonas é a maior prova de amor do Antigo Testamento, mostrando que os planos de Deus sempre incluíram os gentios.
  3. Deus usa Pessoas Relutantes: Embora a obediência de Jonas fosse mínima, Deus, ainda assim, a usou para salvar uma cidade inteira. O poder está na mensagem, não no mensageiro.
  4. O Desafio do Coração: Finalmente, a lição final é sobre o coração. Deus está, claramente, mais preocupado com o nosso coração preconceituoso do que com os pecados óbvios dos “pagãos”.

Conclusão: O Propósito de Jonas

Em resumo, Jonas é um livro sobre a compaixão implacável de Deus, que persegue não apenas a cidade pecadora de Nínive, mas também, e igualmente, o profeta teimoso e desobediente. Portanto, a maior revelação do livro não é o que está no fundo do mar, mas, sim, o que está no fundo do coração de Deus: uma misericórdia que Ele se recusa a reter, mesmo de Seus piores inimigos.

Desafio Prático:
Primeiramente, identifique sua “Nínive” pessoal. Quem é a pessoa ou grupo que você acha que “não merece” a graça de Deus? Em seguida, ore por essa pessoa ou grupo todos os dias durante esta semana, pedindo a Deus que lhe dê o coração Dele por eles.

Oração Final:
Pai, obrigado pela lição de Jonas. Confessamos que, assim como ele, muitas vezes somos rápidos em julgar e lentos em perdoar. Quebramos, portanto, nosso orgulho e nossos preconceitos. Dá-nos, pois, um coração quebrantado pela mesma compaixão que Tu tens por todos os povos. Ajuda-nos, enfim, a sermos embaixadores da Tua graça, e não guardiões dela. Em nome de Jesus, Amém.

Teste de Aprendizagem

1. Qual foi a razão inicial de Deus para enviar Jonas a Nínive?

a) Para fazer uma aliança comercial.

b) Porque a malícia da cidade havia subido até Ele.

c) Para Jonas aprender um novo idioma.

d) Para construir um templo em Nínive.

2. Para qual cidade Jonas tentou fugir, e em que direção ela ficava?

a) Egito, ao sul.

b) Babilônia, a leste.

c) Társis, na direção oposta de Nínive.

d) Jerusalém, para se esconder no templo.

3. Durante a tempestade, o que Jonas estava fazendo no porão do navio?

a) Orando por livramento.

b) Jogando a carga fora.

c) Remando com os marinheiros.

d) Dormindo profundamente.

4. Qual foi a reação dos marinheiros pagãos depois que Jonas foi jogado ao mar e a tempestade cessou?

a) Eles amaldiçoaram Jonas.

b) Eles temeram ao SENHOR, ofereceram sacrifícios e fizeram votos.

c) Eles imediatamente navegaram para Társis.

d) Eles riram da situação.

5. Qual foi o propósito principal do “grande peixe”?

a) Punir Jonas por sua desobediência.

b) Resgatar Jonas de se afogar e levá-lo ao arrependimento.

c) Assustar os marinheiros.

d) Alimentar Jonas por três dias.

6. O que Jonas declara no final de sua oração dentro do peixe (Jonas 2:9)?

a) Que ele nunca mais desobedeceria.

b) Que Nínive deveria ser destruída.

c) “Ao SENHOR pertence a salvação!”

d) Que os marinheiros deveriam ser punidos.

7. Qual foi a reação do povo de Nínive à pregação de Jonas?

a) Eles zombaram de Jonas e o expulsaram.

b) Eles creram em Deus, jejuaram e se vestiram de saco, desde o maior até o menor.

c) Eles pediram a Jonas mais sinais e milagres.

d) Eles não entenderam a mensagem.

8. O que Deus fez quando viu o arrependimento de Nínive?

a) Ele destruiu a cidade mesmo assim.

b) Ele enviou Jonas de volta para o peixe.

c) Ele se arrependeu do mal que disse que faria e não o fez.

d) Ele fez de Jonas o rei de Nínive.

9. Qual foi a reação de Jonas ao ver que Deus poupou Nínive?

a) Ele ficou extremamente feliz e celebrou.

b) Ele ficou irado e pediu a Deus que tirasse sua vida.

c) Ele pediu para voltar para casa imediatamente.

d) Ele construiu um altar e adorou a Deus.

10. O que Deus usou no capítulo 4 para ensinar a Jonas uma lição sobre compaixão?

a) Um terremoto e um incêndio.

b) Uma planta, um verme e o sol quente.

c) O grande peixe novamente.

d) Um sonho sobre a destruição de Israel.

11. Qual é o tema central do livro de Jonas?

a) A importância de obedecer, não importa o quê.

b) A incrível história de sobrevivência dentro de um peixe.

c) A graça e misericórdia ilimitadas de Deus, contrastando com o preconceito humano.

d) O poder da pregação de cinco palavras.

12. A pergunta final de Deus para Jonas (4:11) nos desafia a refletir sobre:

a) A importância de cuidar dos animais.

b) Se a nossa compaixão reflete a compaixão de Deus, ou se é limitada pelo nosso julgamento.

c) O número exato de pessoas em Nínive.

d) Se Jonas deveria ter ficado com raiva da planta.

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