Hebreus 7 fala sobre dízimo?

Hebreus 7 fala sobre dízimo?

Hebreus 7 e o Dízimo: O Capítulo Realmente Manda Dizimar?

Hebreus 7 fala sobre dízimo? O Capítulo Realmente Manda Dizimar? é, antes de tudo, uma análise de uma das passagens mais complexas e, por vezes, mal interpretadas do Novo Testamento no que tange à contribuição.

De fato, o capítulo 7 de Hebreus menciona o dízimo de forma proeminente, o que leva muitos a usá-lo como base para a prática do dízimo na Nova Aliança. Contudo, uma leitura atenta revela que o propósito principal do autor não é estabelecer uma regra sobre ofertas.

O que Paulo diz sobre dízimos e ofertas?

Pelo contrário, o autor usa o histórico dízimo de Abraão a Melquisedeque como um poderoso argumento teológico para provar um ponto muito mais elevado: a superioridade do sacerdócio de Jesus Cristo sobre o sacerdócio levítico.

Portanto, para entender a Bíblia corretamente neste ponto, precisamos analisar o contexto. Assim, este artigo busca desvendar o real significado dessa passagem, mostrando como o dízimo funciona como uma peça-chave na argumentação do autor.

Navegue pelo artigo para desvendar este importante tema:

O Contexto de Hebreus 7: A Superioridade de Cristo

Primeiramente, é impossível entender a menção ao dízimo sem compreender o objetivo central do livro de Hebreus. A carta, de fato, foi escrita para crentes judeus que estavam sendo tentados a abandonar a fé em Jesus e a retornar às práticas do judaísmo.

Consequentemente, o autor constrói uma longa e detalhada argumentação para provar que Jesus é superior a tudo e a todos do Antigo Testamento: superior aos anjos, a Moisés e, crucialmente, ao sacerdócio levítico.

O capítulo 7, portanto, está focado em demonstrar que Jesus é um Sumo Sacerdote de uma ordem muito superior, a “ordem de Melquisedeque” (Salmo 110:4).

Melquisedeque foi uma figura misteriosa que apareceu no tempo de Abraão, sendo tanto rei de Salém quanto “sacerdote do Deus Altíssimo”. Dessa forma, o autor de Hebreus usa essa figura como um tipo, ou uma prefiguração, de Cristo.

Estudo Bíblico sobre Oração: A Ousadia de Abraão ao Interceder

A Menção do Dízimo: Abraão e Melquisedeque

A primeira vez que o dízimo aparece na Bíblia é em Gênesis 14, quando Abraão, ao retornar vitorioso de uma batalha, encontra-se com Melquisedeque. O texto diz que Melquisedeque abençoou Abraão, e este, por sua vez, “deu-lhe o dízimo de tudo”. É exatamente este evento que o autor de Hebreus recupera para iniciar sua argumentação.

Em Hebreus 7:1-2, o autor recapitula a história. Depois disso, ele começa a extrair o significado teológico do evento. O dízimo, aqui, torna-se a primeira prova da grandeza de Melquisedeque. Veja a ênfase que o autor dá no versículo 4:

Hebreus 7:4

Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.

Em outras palavras, o autor está dizendo: “Pensem na magnitude deste Melquisedeque. O nosso maior patriarca, Abraão, reconheceu sua autoridade a ponto de lhe entregar o dízimo!”. Este é o ponto de partida de todo o argumento que se segue. O foco não é o ato de dizimar em si, mas o status daquele que o recebeu.

O Argumento do Autor: Por que o Dízimo é Usado Aqui?

Aqui está o núcleo da questão. O autor de Hebreus usa o dízimo de Abraão para construir uma prova lógica da superioridade do sacerdócio de Melquisedeque (e, por extensão, o de Cristo) sobre o sacerdócio levítico. A argumentação se desenvolve da seguinte forma:

1. O Menor é Abençoado pelo Maior (v. 7): Primeiramente, o autor estabelece um princípio: quem abençoa é superior a quem é abençoado. Como Melquisedeque abençoou Abraão, Melquisedeque é superior a Abraão.

2. Os Levitas Dizimaram “em Abraão” (v. 9-10): Em segundo lugar, e este é o ponto mais engenhoso, o autor argumenta que a tribo de Levi, da qual vinham os sacerdotes que *recebiam* o dízimo em Israel, ainda estava “nos lombos” de seu bisavô, Abraão, quando este pagou o dízimo a Melquisedeque. Portanto, metaforicamente, o próprio sacerdócio levítico pagou dízimos a Melquisedeque.

3. Conclusão Lógica: Se os levitas (que recebem dízimos) pagaram dízimos a Melquisedeque (que recebeu dízimos), então o sacerdócio de Melquisedeque é inegavelmente superior ao sacerdócio levítico. É uma prova da grandeza de Cristo, nosso Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. O foco é a justificação pela fé em um sacerdote superior.

Hebreus 7 Prescreve o Dízimo para a Igreja Hoje?

Agora, respondemos à pergunta principal. O capítulo 7 de Hebreus, de fato, não estabelece nem comanda a prática do dízimo para os crentes da Nova Aliança.

Pelo contrário, o capítulo declara que, com a mudança do sacerdócio (de levítico para o de Cristo), “é necessário que haja também mudança da lei” (Hebreus 7:12). O sistema levítico, que incluía o mandamento do dízimo para o sustento dos sacerdotes, foi superado e tornado obsoleto pelo sacerdócio perfeito e eterno de Jesus.

O foco do autor não é dar uma palavra de oferta e dízimo. Em vez disso, ele usa um evento histórico sobre o dízimo para provar um ponto cristológico. As diretrizes para a contribuição na Nova Aliança são encontradas em outras passagens, notavelmente em 2 Coríntios 8 e 9.

Ali, o apóstolo Paulo fundamenta a doação não em uma porcentagem fixa ou obrigatória, mas em princípios de graça, generosidade, alegria e sacrifício voluntário. É uma mudança do conceito de lei para o de adoração, como vemos na transição entre o vinho novo e os odres velhos.

Conclusão: O Foco na Pessoa de Cristo

Em suma, Hebreus 7 fala, sim, sobre dízimo, mas o faz de uma maneira surpreendente. O capítulo não prescreve o dízimo como uma prática contínua para a Igreja; pelo contrário, ele o utiliza como uma evidência histórica para exaltar a pessoa e a obra de Jesus Cristo.

A passagem demonstra que o sacerdócio de Jesus é superior, eterno e mais eficaz que o antigo. Portanto, o grande convite de Hebreus 7 não é para abrirmos nossas carteiras, mas para elevarmos nossos olhos e fixá-los em Jesus, nosso grande Sumo Sacerdote, que pertence a uma ordem superior e que vive para sempre para interceder por nós.

Consequentemente, nossa contribuição hoje, seja ela de 10% ou qualquer outro valor, deve fluir não de uma obrigação legal do Antigo Testamento, mas de um coração grato e transformado pela graça superior do Novo Sacerdócio de Cristo.

Afinal, pertencemos a um novo sacerdócio real. Para um estudo mais amplo sobre o tema, você pode consultar outros artigos sobre o dízimo no Novo Testamento e os versículos sobre dízimos e ofertas.

Versículos Motivadores para Jogadores de Futebol

Versículos Motivadores para Jogadores de Futebol

Temas para Círculo de Oração, Cultos, Congressos e Festividades

Temas para Círculo de Oração, Cultos, Congressos e Festividades