O adorno exterior versus a consagração interior: Por que a modéstia é a verdadeira joia do cristão
O que a Bíblia Diz sobre Maquiagem, Brincos e Joias? A vida cristã deve ser norteada pelos princípios bíblicos, entre eles o da modéstia e o do bom senso quanto ao vestuário e uso de acessórios. Cada cristão se torna uma carta viva enviada às pessoas com quem convive. Consequentemente, a própria vida se transforma em um poderoso sermão.
Em primeiro lugar, em períodos de especial consagração, Deus pediu que Seu povo se desfizesse de suas joias e adornos como um símbolo exterior de consagração interior da vida a Ele. Dessa forma, a beleza apreciada pelo Céu, portanto, é a graça modesta, a simplicidade, a pureza e a propriedade que tornam aprazível nossa maneira de vestir. Entender a diferença entre vaidade e cuidado é crucial para este tema.
1. O Princípio da Reconsagração: Joias como Símbolo de Entrega
A história bíblica mostra claramente que adornos, muitas vezes, representavam um apego a costumes pagãos ou à idolatria. Por essa razão, o Senhor exige que o povo se desfaça de seus adornos externos em momentos de renovação de aliança, visto que Ele valoriza a pureza do coração acima da ostentação.
A. O Exemplo de Jacó em Betel (Gênesis 35:1-4)
O primeiro ato de reconsagração ocorreu quando Deus chamou Jacó a Betel. A família de Jacó havia assimilado costumes pagãos e possuía ídolos e brincos (adornos frequentemente ligados à superstição). Para honrar a Deus, Jacó ordenou que sua casa se limpasse:
“Disse, pois, Jacó aos de sua casa e a todos os que estavam com ele: Livrem-se dos deuses estrangeiros que estão entre vocês, purifiquem-se e troquem de roupa. […] Então entregaram a Jacó todos os deuses estrangeiros que possuíam e os brincos que usavam nas orelhas, e Jacó os enterrou ao pé da grande árvore, próximo a Siquém.”
Reflexão: Portanto, a entrega dos brincos simbolizou a rejeição da idolatria e a dedicação da família ao Deus verdadeiro. Isto é, para entrar na presença do Senhor, eles precisavam de uma limpeza exterior que autenticasse a consagração interior.
B. A Reconsagração no Sinai (Êxodo 33:3-6)
O segundo grande ato aconteceu após o pecado do bezerro de ouro. O povo havia pecado gravemente e, como sinal de luto e arrependimento, o Senhor ordenou:
“…o Senhor ordenara que Moisés dissesse aos israelitas: Vocês são um povo obstinado. […] Agora, tirem os seus enfeites, e eu decidirei o que fazer com vocês. Por isso, do monte Horebe em diante, os israelitas, não usaram mais nenhum enfeite.”
Reflexão: Analogamente, em ambos os casos, os adornos representavam um apego ao mundo ou um obstáculo à comunhão. Além disso, o ato de remover os enfeites era um símbolo de humildade, dependência e separação, mostrando que o coração valorizava o favor de Deus acima da beleza temporal.
2. A Exortação Apostólica: A Beleza da Vida Cristã
O Novo Testamento, por sua vez, não impõe uma lei sobre vestuário, mas reforça o princípio da prioridade. De fato, Paulo e Pedro, ao exortarem as igrejas, confrontavam o luxo insensato e a ostentação desenfreada da sociedade greco-romana.
A. O Adorno de Maior Preço (1 Pedro 3:3-4)
Pedro foca no testemunho, especialmente para as esposas em lares mistos. Ele ensina que a atração e a persuasão vêm do caráter, não do ouro:
“A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas finas. Pelo contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus.”
A Essência: O ser interior (o caráter) é a beleza que não perece e que tem grande valor para Deus. Em outras palavras, o espírito dócil e tranquilo se torna a joia que o crente deve cultivar. Naturalmente, essa atitude se mostra mais poderosa do que qualquer sermão na persuasão daqueles que são desobedientes à Palavra.
B. O Princípio da Modéstia Contra a Ostentação (1 Timóteo 2:9-10)
Paulo, por sua vez, combateu o luxo da elite. Os adornos caríssimos da época (como pérolas, ouro e cabelos importados) tornavam-se um sinal de ostentação insensata que desviava o foco da adoração:
“Quero também que as mulheres se vistam modestamente, com decência e bom senso, não se adornando com cabelos trançados, ouro, pérolas ou roupas caras, mas com boas obras (como é próprio às mulheres que professam servir a Deus).”
O Foco: Paulo redireciona o investimento. Em vez disso, em vez de gastar fortunas em adornos que desviam a atenção, o crente deve investir em boas obras. Assim, o mandamento é contra o excesso e a ostentação, e não contra o adorno em si. Portanto, o cristão deve fugir da tentação à extravagância e ao luxo insensato.
Em primeiro lugar, quando olhamos para as referências ao adorno pessoal no mundo dos gregos e dos romanos, vemos que o cristianismo havia chegado a um mundo onde convergiam o luxo e a decadência. Além disso, qualquer semelhança é mera coincidência. Struma Monius tinha um anel avaliado ao equivalente de 50.000 dólares.
As pérolas eram cobiçadas pela maioria. Sêneca se referiu a mulheres que levavam verdadeiras fortunas pendentes de suas orelhas. Finalmente, em vista de tudo isto, Pedro advoga por aqueles encantos que adornam o coração, tais como o espírito afável e aprazível, que são preciosos aos olhos de Deus.
3. A Regra de Ouro: Glorificar a Deus em Tudo
Em última análise, o princípio final que deve nortear toda a decisão sobre maquiagem, brincos, joias ou vestuário é a regra de ouro de Paulo:
“Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).
Maquiagem e Adornos: O problema surge, por exemplo, quando o adorno ou a maquiagem se torna um ídolo (a fonte principal de valor), ou quando promove a ostentação ou mascara a falta de um espírito manso e tranquilo. Consequentemente, o estilo de vida cristão deve ser modesto e decoroso, evitando os extremos e a sujeição às modas mundanas.
A Tática de Satanás: O inimigo, de fato, se alegra em fascinar a mente com estilos de vestuário em constante mutação. Isto ocorre porque o tempo e o dinheiro dedicados a atender às exigências da moda não serão usados para finalidades mais elevadas e mais santas. Na verdade, muitos professos cristãos, com o coração dividido, esbanjam seu tempo e aceitam ansiosamente o jugo da moda, tornando-se escravos do vestir. Portanto, o Senhor deseja que o crente se desvencilhe dessa escravidão, praticando a abnegação no vestir.
Em conclusão, a beleza do crente se manifesta na graça modesta de um espírito manso e tranquilo. Além disso, o valor moral se torna o verdadeiro ornamento. Assim, o cristão deve fugir da extravagância, do desleixo e do orgulho, e escolher um estilo de vida que recomenda a santa religião de Cristo. Finalmente, a atuação do Espírito de Deus interiormente causará uma mudança exteriormente.

