Conheça os principais 5 tipos diferentes de salmos da Bíblia Sagrada
Quais são os 5 tipos diferentes de salmos é uma pergunta fundamental para qualquer estudante das Escrituras que deseja compreender a profundidade da poesia hebraica e a adoração no Antigo Testamento. O livro de Salmos não é apenas uma coleção aleatória de cânticos; é uma obra literária complexa, organizada e teologicamente rica, que reflete toda a gama de emoções humanas diante do Criador.
Para entender verdadeiramente esta obra-prima, precisamos ir além da leitura superficial e analisar as categorias literárias que estruturam o pensamento do salmista. Primeiramente, é essencial notar que a classificação dos Salmos nos ajuda a interpretar a intenção do autor, seja ela um pedido de socorro angustiado ou uma explosão de júbilo.
Nesse contexto, os estudiosos bíblicos, seguindo a tradição de Hermann Gunkel, identificaram gêneros específicos que agrupam os textos por função e estilo. Consequentemente, ao estudarmos os Salmos, percebemos que eles serviam a propósitos litúrgicos distintos no Templo e na vida comunitária de Israel.
Ao longo deste artigo, exploraremos detalhadamente essas categorias, a estrutura dos cinco livros que compõem o Saltério e as nuances teológicas que tornam este livro tão atemporal. Ademais, abordaremos as dúvidas comuns sobre autoria e organização, fornecendo um panorama completo para o seu enriquecimento espiritual e intelectual.

Os 5 Tipos Principais de Salmos (Gêneros Literários)
A categorização mais aceita academicamente divide o Saltério em cinco gêneros primários. Essa divisão não é baseada na ordem cronológica, mas sim na estrutura interna do poema e na sua situação de vida (Sitz im Leben). Vamos analisar cada um destes tipos de salmos com profundidade.
1. Hinos ou Salmos de Louvor
Os Hinos são, indubitavelmente, a expressão mais pura de adoração. Eles não focam nas necessidades do homem, mas exclusivamente na grandeza de Deus. Geralmente, esses salmos iniciam com uma convocação ao louvor (ex: “Louvai ao Senhor”), seguida pela motivação do louvor (ex: “Porque Ele é bom”) e concluem com uma renovação do compromisso de adoração.
Eles celebram quem Deus é (Sua natureza) e o que Ele faz (Suas obras na criação e na história). Por exemplo, o Salmo 8 e o Salmo 104 são hinos clássicos que exaltam o Criador. A ênfase aqui é a teocentridade absoluta. Frequentemente, nestes textos, encontramos termos técnicos musicais, o que nos leva a questionar o que significa Selah nos Salmos, uma pausa dramática para reflexão durante o cântico.
2. Salmos de Lamento (Súplica)
Surpreendentemente, os lamentos constituem a maior categoria dentro do Saltério, ultrapassando até mesmo os hinos de louvor. Isso demonstra o realismo bíblico quanto ao sofrimento humano. Os lamentos podem ser individuais (eu) ou comunitários (nós). Eles seguem uma estrutura típica: invocação a Deus, queixa ou descrição do sofrimento, petição por ajuda, declaração de confiança e promessa de louvor.
Dessa forma, o lamento não é uma murmuração incrédula, mas uma oração de fé em meio à dor. O Salmo 22 (“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”) é o exemplo supremo de lamento individual, enquanto o Salmo 44 exemplifica o lamento nacional. Em momentos de angústia extrema, uma oração salmo 91 ou um lamento sincero servem como veículo para processar a dor diante do altar divino.
3. Salmos de Ação de Graças
Diferentemente dos hinos gerais, os Salmos de Ação de Graças são respostas específicas a uma intervenção divina anterior. Eles são o “outro lado da moeda” dos lamentos. O salmista estava em apuros, clamou (lamento), Deus respondeu, e agora ele retorna para agradecer (ação de graças).
- Estrutura: Começam com uma declaração de intenção de louvar, narram a angústia passada, descrevem o livramento divino e concluem com testemunho público.
- Exemplos: O Salmo 30 (“Tu mudaste o meu pranto em dança”) e o Salmo 116 são clássicos deste gênero.
Muitas vezes, a gratidão é expressa através da recordação da bondade pastora de Deus, ecoando sentimentos encontrados em uma oração salmo 23, onde a provisão divina é reconhecida e celebrada.
4. Salmos Reais
Esta categoria foca na figura do monarca de Israel, o ungido de Deus. Eles eram utilizados em ocasiões especiais da corte, como a coroação, casamentos reais ou antes de batalhas militares. Contudo, a teologia destes salmos vai muito além do rei terreno (como Davi ou Salomão); eles apontam profeticamente para o Messias, o Rei Eterno.
Por isso, muitos Salmos Reais (como o Salmo 2 e o 110) são citados no Novo Testamento aplicando-se a Jesus Cristo. Eles afirmam a soberania de Deus exercida através do Seu Ungido, estabelecendo a esperança de um reino de justiça e paz que jamais terá fim.
5. Salmos de Sabedoria (Didáticos)
Finalmente, temos os textos sapienciais. Mas, quais são os salmos sapienciais? São aqueles que têm um tom de ensino, refletindo temas comuns ao livro de Provérbios. Eles contrastam o caminho do justo com o caminho do ímpio, focam na Lei (Torah) e lidam com o problema da retribuição e da justiça divina.
Salmos como o 1, o 37, o 73 e o monumental 119 enquadram-se aqui. Eles nos convidam a “olhar para o alto” para vivermos melhor aqui na terra, como vemos no salmo 121, que, embora seja de peregrinação, carrega forte teor de confiança sapiencial.

A Estrutura do Livro: Porque os Salmos são dividido em 5 livros
Muitos leitores desconhecem que o Saltério é, na verdade, uma coleção de cinco livros distintos. Surge então a questão: Porque os Salmos são dividido em 5 livros? A tradição judaica e cristã entende que essa divisão foi intencional para traçar um paralelo com o Pentateuco (os cinco livros de Moisés). Assim como Moisés deu a Lei em cinco livros, Davi (representando a tradição salmista) deu a resposta de adoração em cinco livros.
Cada um desses cinco livros termina com uma doxologia (uma fórmula de louvor) que marca o fim da seção. A saber, a divisão ocorre da seguinte maneira:
- Livro I (Salmos 1–41): Principalmente atribuídos a Davi. Focam no confronto entre o homem justo e seus inimigos.
- Livro II (Salmos 42–72): Inclui salmos dos filhos de Corá e de Asafe, além de Davi. Introduz um interesse maior pelo santuário nacional.
- Livro III (Salmos 73–89): Dominado por Asafe. É o livro mais sombrio, lidando com a crise do exílio e a queda da monarquia.
- Livro IV (Salmos 90–106): Começa com Moisés (Sl 90) e foca no reinado de Deus (Yahweh Malak) como resposta à falha da monarquia humana.
- Livro V (Salmos 107–150): O livro da restauração e do louvor final (Aleluia), focando na Palavra de Deus e no retorno do exílio.
Portanto, responder quais são os 5 livros de Salmos é compreender a história de Israel: desde a ascensão da monarquia, passando pela crise e queda, até a esperança restaurada no Reino de Deus. Essa estrutura mostra que Deus está presente em todas as fases da vida, conhecendo o homem profundamente, como descrito no salmo 139.
Outras Categorias e a Divisão dos Salmos
Além dos cinco gêneros principais, existem subcategorias importantes que merecem destaque na divisão dos Salmos. Os Salmos de Peregrinação (ou Cânticos de Romagem, Sl 120-134) eram entoados pelos viajantes que subiam a Jerusalém para as festas anuais. Eles são repletos de esperança e proteção comunitária.
Outra categoria controversa, mas necessária, são os Salmos Imprecatórios. Nestes textos, o salmista pede que Deus julgue os inimigos de forma severa. Embora pareçam chocar a sensibilidade moderna, eles refletem um desejo ardente por justiça divina em um mundo onde o sistema legal humano falhou. Eles entregam a vingança a Deus, em vez de executá-la com as próprias mãos. Em momentos de extrema tensão mental, a leitura correta destes textos, juntamente com salmos poderosos para ler em uma crise de ansiedade, pode trazer alívio ao transferir o fardo da injustiça para o Todo-Poderoso.

Autoria e os Salmos Anônimos
A autoria dos Salmos é diversa. Davi é o autor mais prolífico, com 73 salmos atribuídos a ele. Outros autores incluem Asafe, os Filhos de Corá, Salomão, Moisés, Hemã e Etã. No entanto, uma dúvida frequente é: Quais são os Salmos anônimos? Estes são conhecidos na tradição judaica como “Salmos Órfãos”, pois não possuem sobrescrito indicando o autor.
Existem cerca de 34 salmos anônimos no Saltério (ex: Salmos 1, 2, 10, 33, 43, 71, 91, entre outros). A ausência de nome não diminui sua autoridade canônica; pelo contrário, permite que o adorador se identifique mais facilmente com o texto, tornando a oração sua própria voz. O famoso Salmo 91, por exemplo, é anônimo, embora a tradição rabínica muitas vezes o associe a Moisés devido à linguagem similar ao Salmo 90.
Independentemente da autoria humana, a inspiração divina garante que cada verso seja útil para o ensino. A profundidade teológica é tal que cada verso pode ser desdobrado em lições imensas, como vemos em estudos detalhados tipo o salmo 23 explicado versículo por versículo.
A Importância da Classificação Temática
Para o pregador ou estudante que busca aplicar o texto, entender os Salmos por temas é vital. Isso evita o erro de usar um salmo de lamento em um momento de celebração festiva, ou um salmo real para tratar de confissão de pecados individuais. Muitos líderes buscam na internet por “Classificação dos Salmos pdf” justamente para ter em mãos uma ferramenta rápida de consulta pastoral.
A classificação temática permite que a igreja utilize o Saltério como uma “farmácia da alma”. Para cada enfermidade espiritual, há um salmo correspondente. Há salmos para a culpa (Penitenciais, como o 51), para o medo, para a gratidão, para a dúvida e para a exaltação cósmica. Essa variedade prova que nenhuma emoção humana é estranha a Deus ou inadequada para a oração.
Por exemplo, pastores frequentemente utilizam essa riqueza temática para preparar mensagens encorajadoras, recorrendo a materiais como 7 esboços de pregação sobre o salmo 23 o bom pastor, adaptando a mensagem à necessidade específica da congregação naquele momento.
Conclusão
Em suma, os Salmos são a caixa de ressonância da fé bíblica. Compreender quais são os 5 tipos diferentes de salmos e a estrutura dos cinco livros não é apenas um exercício acadêmico, mas uma chave hermenêutica que destrava tesouros espirituais. Seja através de Hinos, Lamentos, Ação de Graças, Salmos Reais ou Sapienciais, Deus forneceu ao Seu povo uma linguagem perfeita para a oração.
Portanto, ao abrirmos este livro sagrado, não estamos apenas lendo poesia antiga; estamos entrando em um santuário de adoração que sustentou gerações. Que possamos usar este conhecimento para aprofundar nossa comunhão com o Senhor, encontrando na Escritura tanto o consolo quanto a direção para nossas vidas, seja através de um profundo estudo bíblico sobre o salmo 23 ou compartilhando mensagens de esperança como salmos de bom dia para whatsapp.
Finalmente, que a riqueza dos Salmos continue a trazer cura e refrigério, servindo como verdadeiros salmos de cura de doenças para a alma aflita e o espírito abatido.
Quais são os tipos de salmos?
Os principais tipos de salmos, baseados em seus gêneros literários, são: Hinos (louvor descritivo), Lamentos (súplicas individuais ou comunitárias), Ação de Graças (gratidão por respostas específicas), Salmos Reais (focados no Rei/Messias) e Salmos Sapienciais (didáticos e de sabedoria).
Quais são as cinco divisões principais do livro de Salmos?
O livro dos Salmos é dividido em cinco livros menores, imitando o Pentateuco: Livro I (Salmos 1-41), Livro II (Salmos 42-72), Livro III (Salmos 73-89), Livro IV (Salmos 90-106) e Livro V (Salmos 107-150). Cada seção termina com uma doxologia.
Porque os salmos 14 e 53 são iguais?
Os Salmos 14 e 53 são quase idênticos, com pequenas variações. Acredita-se que eles foram preservados em diferentes coleções de hinos (um usando o nome divino Yahweh e o outro Elohim) e ambos foram incluídos no cânon final para enfatizar a mensagem sobre a insensatez do ateísmo prático (“Diz o tolo em seu coração: Deus não existe”).
Quais são os 5 salmos mais poderosos?
Embora todo salmo seja poderoso por ser Palavra de Deus, popularmente destacam-se: Salmo 23 (confiança e provisão), Salmo 91 (proteção divina), Salmo 51 (arrependimento e perdão), Salmo 121 (socorro e guarda) e Salmo 27 (coragem diante do medo).

