Quais são os Três Tipos de Pregação?

Quais são os Três Tipos de Pregação?

Quais são os Três Tipos de Pregação? (Guia de Homilética)

Quais são os Três Tipos de Pregação? (Guia de Homilética) Esta é, sem dúvida, uma das perguntas fundamentais no estudo sobre homilética. Portanto, entender a resposta não é apenas um exercício acadêmico; é, de fato, uma necessidade prática para qualquer pessoa chamada a preparar e entregar sermões. A forma como um sermão é estruturado, afinal, afeta diretamente como a mensagem é recebida, compreendida e, consequentemente, aplicada.

Em outras palavras, o método de pregação que escolhemos pode ser a diferença entre uma mensagem confusa e uma revelação transformadora. Assim sendo, a homilética, como a arte e a ciência da pregação, nos oferece ferramentas, e não regras inflexíveis.

Consequentemente, conhecer os três tipos principais de sermão — o temático, o textual e o expositivo — é essencial para que o pregador possa manusear bem a Palavra da Verdade, adaptando sua comunicação à necessidade da congregação e, acima de tudo, mantendo-se fiel ao texto bíblico.

1. O Sermão Temático (ou Tópico): Unificando uma Ideia

O primeiro tipo, e talvez o mais comum em muitos púlpitos contemporâneos, é o sermão temático, também conhecido como tópico. Portanto, como o próprio nome sugere, este sermão começa com um tema ou assunto específico que o pregador deseja abordar. Por exemplo: “fé”, “perdão”, “ansiedade”, “dízimo” ou “os atributos de Deus”.

Dessa forma, após escolher o tópico, o pregador seleciona várias passagens bíblicas de diferentes livros (Gênesis, Salmos, Mateus, Tiago, etc.) que se relacionam com esse tema. Consequentemente, a estrutura do sermão é ditada pelo tópico, e os versículos são usados para apoiar os pontos principais. Por exemplo, um sermão sobre “O Poder da Oração” poderia ter estes pontos: 1. A Oração de Confissão (Salmo 51); 2. Oração de Intercessão (Efésios 1), com base em um bom estudo bíblico sobre o poder da oração; 3. A Oração de Gratidão (Filipenses 4).

Homilética

Vantagens: A grande vantagem do sermão temático é, sem dúvida, sua capacidade de fornecer um ensino muito claro e abrangente sobre um assunto específico. Além disso, ele permite ao pregador abordar necessidades “sentidas” e perguntas atuais da congregação de forma direta. É um excelente exemplo de homilética aplicada a questões práticas.

Riscos: Contudo, o sermão temático carrega um risco significativo: o “proof-texting” (ou “uso de texto-prova”). Isso acontece quando versículos são retirados de seu contexto original apenas para “provar” um ponto que o pregador já decidiu fazer. Assim, o perigo é que a Bíblia se torna uma serva das ideias do pregador, e não o contrário. Por conseguinte, exige enorme disciplina e honestidade intelectual para garantir que cada versículo usado esteja em harmonia com seu contexto original.

2. O Sermão Textual: Estruturado pelo Versículo

Em segundo lugar, temos o sermão textual. Este método, de fato, oferece um equilíbrio entre a liberdade do temático e o rigor do expositivo. O sermão textual, portanto, baseia-se em uma passagem bíblica curta, geralmente um ou dois versículos. A principal característica é que os pontos principais do sermão são extraídos diretamente das frases ou cláusulas desse texto específico.

Por exemplo, ao pregar sobre Atos 1:8 (“…recebereis poder… e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”), um sermão textual poderia ser estruturado assim:

  • Ponto 1: O Poder Divino para a Missão (“Recebereis poder…”)
  • Ponto 2: O Propósito Pessoal da Missão (“…e sereis minhas testemunhas…”)
  • Ponto 3: O Progresso Geográfico da Missão (“…em Jerusalém, Judéia, Samaria e confins…”)

Vantagens: A grande força deste método é que ele força o pregador a permanecer muito mais próximo do texto bíblico do que no sermão temático. Assim sendo, a própria homilética bíblica flui da estrutura gramatical do versículo. Além disso, ele fornece uma estrutura clara e fácil de seguir tanto para o pregador quanto para a congregação.

Riscos: No entanto, o risco do sermão textual, embora menor, ainda existe. Ao focar intensamente em apenas um ou dois versículos, o pregador pode, ocasionalmente, negligenciar o contexto mais amplo do parágrafo ou do capítulo. Por conseguinte, ele pode acabar pregando sobre uma frase sem necessariamente pregar a ideia principal que o autor bíblico estava desenvolvendo naquele parágrafo.

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3. O Sermão Expositivo: Expondo o Texto

Finalmente, chegamos ao sermão expositivo. Este método é amplamente considerado por muitos teólogos e homiletas, como Martyn Lloyd-Jones e Haddon Robinson, como o mais fiel e saudável para a dieta espiritual regular de uma igreja. O sermão expositivo não começa com um tema ou com um versículo isolado, mas sim com uma passagem da Escritura (geralmente um parágrafo, uma perícope ou um capítulo).

A definição clássica de Haddon Robinson em seu fundamental Homilética livro, “Pregação Bíblica”, é que a pregação expositiva é “a comunicação de um conceito bíblico, derivado e transmitido através de um estudo histórico, gramatical e literário de uma passagem em seu contexto, que o Espírito Santo primeiro aplica ao pregador e depois, através dele, à congregação.”

Em outras palavras, a ideia principal do texto se torna a ideia principal do sermão. A estrutura do sermão, portanto, segue o fluxo de pensamento do autor bíblico. Aqui, a homilética e exegese são inseparáveis. O pregador deve primeiro fazer um trabalho rigoroso de exegese (descobrir o que o texto significava em seu contexto original) e hermenêutica (descobrir o que ele significa hoje), para só então construir o sermão.

Foco em Deus

Vantagens: A maior vantagem é a fidelidade. O pregador é forçado a lidar com todo o conselho de Deus, incluindo passagens difíceis ou temas que ele normalmente evitaria, como explicar a Trindade. Além disso, ele ensina a congregação a como ler e entender a Bíblia por si mesma, pois o sermão modela um método saudável de interpretação. A trindade de exegese, hermenêutica e homilética encontra aqui sua expressão mais pura.

Riscos: O principal “risco” é que este método exige muito mais trabalho de preparação, estudo e oração. Também pode ser tentador transformar o sermão em um “comentário corrente” (um versículo após o outro) sem um ponto central claro, tornando-o seco ou acadêmico se não for feito com a paixão e aplicação prática necessárias.

“A verdadeira pregação expositiva não é tanto um comentário sobre um texto; é mais um sermão que expõe o texto, de modo que o ponto principal da passagem se torna o ponto principal do sermão.” – Haddon Robinson

Conclusão: A Ferramenta Certa para a Tarefa Certa

Portanto, quais são os três tipos de pregação? São o Temático (focado em um assunto), o Textual (focado em um versículo) e o Expositivo (focado em uma passagem). Assim sendo, qual deles é o “melhor”?

Na verdade, todos os três são ferramentas na caixa de um pregador habilidoso. Pode haver momentos em que um sermão temático é perfeitamente apropriado (por exemplo, em um funeral ou um culto de Ação de Graças). Da mesma forma, um sermão textual pode ser excelente para um devocional curto. Contudo, para a alimentação semanal e regular da igreja, a maioria dos grandes pregadores da história tem defendido o sermão expositivo como o método principal, pois ele garante que a agenda do púlpito seja definida pela Bíblia, e não pela cultura ou pelas preferências do pregador.

Por fim, o estudo sobre homilética não deve parar aqui. A busca por um bom Homilética livro ou até mesmo por um guia de Homilética pdf de qualidade pode aprofundar imensamente a capacidade do pregador. Independentemente do método, conhecer os elementos essenciais da pregação e o objetivo final é sempre o mesmo: expor a Palavra de Deus de forma tão fiel e clara que os ouvintes encontrem não o pregador, mas o próprio Cristo.

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